quarta-feira, 8 de dezembro de 2021

Trabalhando com a natação na pandemia: entrevistando uma professora de natação

 


(Por Renato Coelho)


A entrevista abaixo foi realizada em setembro de 2020, de forma remota e através de um aplicativo de mensagens e por e-mails, com uma professora de natação e ex-aluna (egressa) do curso de licenciatura em Educação Física da UEG - ESEFFEGO, e que atualmente ministra aulas de natação em uma academia privada da capital goiana. Ela relata as suas experiências e os temores em estar lecionando natação de forma presencial em Goiânia num momento  crítico da primeira onda da pandemia em Goiás e que foi marcado pelo aumento de contágios e de óbitos provocados pelo novo coronavirus. O nome da professora e o local de trabalho não serão revelados a fim de conservar o anonimato e a privacidade da entrevistada.

 

1.    Após a sua formação em licenciatura na Eseffego, quais as demais formações adquiridas neste período?

Tive que fazer a complementação em bacharelado para arrumar um emprego. Depois fiz uma especialização em metodologias da Educação Física e atualmente faço mestrado.

 

2.    Em quais estabelecimentos de ensino você trabalha atualmente?

Academia. Como professora de natação

 

3.    Durante o período em que vigorou o decreto estadual de suspensão das atividades econômicas no primeiro semestre de 2020, você continuou trabalhando na sua área de educação física? Durante esse período você recebeu o salário de forma integral?

Fiquei com o contrato suspenso do mês de março a meados de agosto, sem trabalhar, porém, recebendo auxílio de suspensão de contrato do governo por ter carteira assinada. Porém, muita gente foi demitida! Esse auxilio era de um salário mínimo (inferior ao meu salário integral).

 

4.    Como está sendo realizado o seu trabalho atualmente após as flexibilizações das medidas de isolamento? Seu trabalho é presencial ou remoto?

Voltei a trabalhar presencialmente. Está sendo bastante arriscado, pois na natação não é possível aderir às medidas de segurança.

 

5.    Quais as dificuldades e temores em estar trabalhando na área de educação física em Goiânia num momento em que os índices de contágios e de óbitos estão muito elevados?

O medo é diário. Muito contato com alunos que tem contato com outras pessoas. Vários alunos já se afastaram da academia por estarem com o covid, então provavelmente frequentaram as aulas no inicio do contágio. Isso me deixa muito assustada.

 

6.    É possível dar aulas de educação física com segurança no atual momento da pandemia em Goiânia?

Não! É ilusória e totalmente mercadológica essa ideia de academia como algo essencial. Academias são lugares propensos a altos índices de contágios.

 

7.    Qual será o futuro da educação física na sua opinião no mundo com o vírus Sars-Cov-2 ?

Eu ainda não consigo imaginar, mas sei que passaremos por muitas mudanças (já estamos passando).

 

8.    A pandemia fez aumentar a precarização do seu trabalho em educação física?

Sim! Além do medo de estar atuando nesse atual momento, reduções de carga horária que resultaram em redução salarial, fizeram com que essa precarização aumentasse.

 

9.    Você acha que as aulas nas escolas públicas deveriam retornar ainda neste ano? Seria possível dar aulas de educação física nas escolas no atual contexto do Brasil?

Não! Principalmente em escolas públicas. Não concordo que as aulas voltem esse ano!

 

10.                   Como repensar a educação física para este novo século XXI, que está sendo inaugurado agora pelo novo coronavirus?

Como ainda é uma realidade muito nova, não consigo pensar em possibilidades. Mas sei que precisamos de ajustes para que possamos trabalhar com segurança. Professores de academia tem se arriscado bastante.

 

11.       Como está a sua saúde (física e emocional) neste período de trabalho na pandemia?

Já estava bastante desanimada com a área, e esse período me fez desanimar mais ainda. Não sinto motivação para o meu trabalho e não me sinto apta a exercer o trabalho da forma que venho exercendo 



11 comentários:

  1. Leitura realizada!
    O texto traz ótimas reflexões para a área da Educação Física em si, uma destas sendo o trabalho do mesmo com a natação em um contexto de pandemia. Uma vez que a entrevistada lidou diretamente com tal dada realidade realizando sua prática profissional mesmo estando num cenário novo e perigoso, advindo pela ocorrência do Covid-19 no ano de 2020. Diante disso, a partir das falas da entrevistada se tem evidências de que o trabalho com a natação na pandemia, ou seja, lecionando natação de forma presencial num momento crítico e de ainda primeira onda do vírus é inviável e altamente arriscado, se caracteriza inviável, pois, na natação não é possível aderir às medidas de segurança, acarretando ao perigo tanto do professor quanto do aluno de contágio e ter mais propagação do vírus na população. Contudo, cabe enfatizar e refletir questões que nos mostram estar ligadas intrinsicamente com o modo na qual a sociedade se desenvolve e entender o interesse da educação física nesse meio, também, questionar qual o interesse na volta tão abrupta das atividades aquáticas numa situação indevida? Sendo que a preocupação maior não deveria ser essa, mas pelo que vimos o achismo do atual representante do Brasil se mostra ao contrário. Além do mais, é evidente o uso da Educação Física para sustentar um modelo e desenvolvimento de uma sociedade em que a mesma reproduz, conscientemente ou não, concepções que foram criadas e estruturadas por meio de interesses ideológicos e políticos. Ademais, é necessário indagar: essa volta repentina de forma presencial do profissional de educação física facilita ou dificulta as ações pedagógicas do mesmo para com o ensino-aprendizagem do aluno? O professor irá saber lidar com suas aulas nesse cenário de incertezas ou complicará mais o seu trabalho pedagógico?

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  2. Trabalhando com a natação na pandemia: entrevistando uma professora de natação:

    Data : 8 de dezembro de 2021
    Discente: weverton ferreira Silva
    Docentes: renato coelho/ gabriela Virgínia

    A entrevista relata sobre a experiência e concepções de uma professora de educação física que trabalha com a modalidade de natação em uma academia em Goiânia, e também traz as concepções da professora por meio da sua atuação na educação física por meio da pandemia do coronavírus. A professora formou em licenciatura em educação física na UEG eseffego atualmente está fazendo mestrado e fez especialização em metodologia da educação física.

    A professora traz uma concepção muito importante e é sobre a atuação como professora da natação numa época de pandemia, ela relata que por meio da natação não é possível manter os principais métodos de segurança e principalmente com o uso da máscara, se pensando com a atuação do professor de Educação Física ela fala que por meio da pandemia a profissão vem perdendo o seu espaço assim como várias profissões, ela conta sua experiência como professora e também a perca do seu salário pela academia e relata que estava recebendo no começo da pandemia o auxílio do governo.
    Inclusive a professora também traz uma temática importante sobre a sua desanimação com a educação física e pela área está perdendo o seu espaço, a entrevista aconteceu no ano de 2020 e fizeram a seguinte pergunta para a professora se ela concordava com a volta às aulas principalmente de educação física na escola pública, e com a fala dela ela disse que não concorda com retorno das aulas presenciais nas escolas públicas por meio da higiene.
    Conclui-se que a pandemia do novo coronavirus está se flexibilizando por causa da vacina, as aulas estão voltando parcialmente presencial mas mesmo assim é necessário manter as normas de segurança e também pelos contágios de óbito que aconteceram e que está acontecendo, e que é necessário sempre mantemos a flexibilidade de higiene e continuar na campanha para que o vírus não venham a principais agravos.

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  3. Essa entrevista nos faz entender como ficou a relação pandemia-trabalho, uma vez que a precarização do trabalho aumentou, não somente na área da Educação Física, mas em várias profissões. Porém, puxando para o lado da Educação Física, já que é o foco da entrevista, percebemos que muitos professores foram demitidos, além da insegurança e o desânimo na profissão aumentarem. Hoje em dia, é extremamente necessário que os profissionais da Educação Física tenha as duas áreas para trabalhar (licenciatura e bacharelado), pois assim ampliam a área que podem atuar.
    Percebe-se, pela fala da entrevistada, que o ambiente aquático não traz segurança aos professores e alunos, assim, a volta às atividades sem os devidos cuidados não seria viável. Portanto, a medida mais eficaz é a partir da vacinação, uma vez que o contágio pode acontecer, porém a letalidade do vírus não é tão perigosa. Voltar as aulas em ambientes escolares e não escolares sem que todos as pessoas estejam vacinadas pode ser perigoso e ocasionar novas ondas de covid-19.
    (NILO AUGUSTO)

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  4. Leitura Realizada
    A entrevista nos mostra o quanto a volta ao mercado de trabalho em meio à pandemia nos traz insegurança e risco. Profissionais de diversas áreas foram demitidos ou afastado de seus locais de trabalho,.Falando especificamente da Educação Física vários profissionais da área foram afetados com o período de isolamento a qual todos nos fomos submetidos. A professora de natação fala que não se sente segura trabalhando no ambiente aquático, pois o risco de contagio é grande não somente dentro da água, mas também da academia a qual ela trabalha.
    Podemos ver que atualmente as academias voltaram a funcionar normalmente, mesmo que existam protocolos de segurança, redução das atividades, o uso de mascara, o distanciamento e álcool para serem usados, mesmo assim não nos traz segurança. Vemos que essa flexibilização das normas de segurança cada dia se torna “esquecidos” nos passa uma ideia de que a pandemia acabou que o vírus não existe mais, desse modo nos colocando em risco para que novas mutações se espalhem, ou que uma nova onda venha cada vez mais forte e assim fazendo mais vitimas.

    (JORDANNA CABRAL)

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  5. Essa entrevista em geral ela mostra uma relação do trabalho do profissional em geral ao meio da pandemia e com isso mostra a precarização a desvalorização do trabalho mas não é somente nessa questão da educação física mas sim todas as áreas tanto da área educacional de outras áreas de outros trabalhos de outras profissões mostrando o tanto que desde um estagiário que pode estar sendo prejudicado no momento atual até um profissional já formado nos dias de hoje.
    Essa entrevista que está no site mostra como essa volta do profissional ao mercado de trabalho em questão que nesse momento é não é fácil é referente a questão da pandemia temos uma grande insegurança, um grande risco, ou seja, profissionais de diversas áreas acabaram sendo demitidos é até que com isso não é com como muitos foram afetados é isso gerou uma expansão de profissões outros professores buscando outras áreas, outras complementações.
    Contudo isso ficamos muito pensativo como é o nosso futuro em relação à nossa profissão por exemplo os profissionais da educação física como que fica não é a nossa visão de trabalho a nossa visão de educação com esse Novo Mundo com essa nova situação é referente à pandemia atual.Isso é uma coisa que ultimamente ficará preso aos nossos pensamentos a nossa insegurança a nossa questão de de segurança física é de saúde quanto a ao nosso trabalho como que vamos fazer com essa educação física, a distância presencial como que vamos ficar os índices?O ensino, será que vamos conseguir passar o nosso ensino adiante da mesma forma que apresentávamos antes ou isso nos afeta e acaba deixando uma qualidade baixa referente ao ensino da educação.

    Elivan Silva

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  6. Leitura realizada.
    Diante da entrevista exposta traz reflexões pertinente sobre Educação Física e campo de atuação durante o contexto pandêmico ocasionado pela COVID-19. Percebemos que através da entrevista a professora relata sempre o risco e o medo do contágio do vírus e a falta de segurança a cerca do retorno das aulas presencias de natação. Portanto, vimos o quanto a Educação Física sofreu para se “adaptar” nesse novo normal que força mercantil imprimiu, assim, a precarização ficou mais acentuada na pandemia mostrando o quanto as lacunas referentes a Educação Física e o campo de atuação é bem mais complexo longe de serem resolvidas, até porque nos mostra a Educação Física ligada aos interesses de uma organização voltada ao capital. Desse modo, demonstra a Educação Física como meio de intervenção para produção dos indivíduos ao processo de industrialização e ao estabelecimento do estado e instrumentalização do corpo como força de trabalho. Dialogando diretamente com os percussores do século XIX de quando a classe burguesa usou a Educação Física atribuído á uma hegemonia e ao controle dos corpos em prol da produtividade no mercado de trabalho.
    YURI FERNANDES

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  7. É uma importante reflexão pois apesar do perigo de estarmos expostos, todos temos contas a pagar e temos que se virar. Por isso levou um tempo para que a Educação Física se encaixasse nesse período de pandemia, como em outras profissões também sofremos bastante, ou até mesmo ainda mais, pois temos contato direto com os aluno e para fazer uma adaptação atraves de video aulas o torna ainda mais complicado. Por isso temos que nos expor, varias academia e escolas estão voltando com aulas presenciais, apesar dos protocolos exigidos muitos lugares não respeitam totalmente, prejudicando principalmente nós professores.

    Grazyelle Costa

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  8. Leitura Realizada!

    A entrevista nos traz a perspectiva de uma professora de natação formada na ESEFFEGO, sobre as condições de trabalho profissional nessa atualidade de tempos nefastos provocados pelos contágios em massa do vírus Covid-19. Através dos relatos dessa professora, podemos perceber uma grande necessidade em repensar a Educação Física sob uma nova configuração que viabilize melhores condições de trabalho para o profissional de forma que a sua saúde seja valorizada e o seu serviço não seja precarizado, a entrevistada trabalhava em meio a constantes medos devido as aproximações e o contatos
    diretos com os alunos, atividades inerentes ao exercício natural da profissão, porém tudo isso gera grande desconforto e insegurança, uma vez que os riscos não evidentes. A flexibilização nos regimentos legais, não colabora na proteção dessas pessoas, e surge somente para atender os interesses políticos voltados para produção de capital, além disso os professores ainda sofrem com a instabilidade nos cargos, pois não há projetos que visem amparar os mesmos dentro desse novo contexto. Esse despreparo acompanhado de um imediatismo descabido, que não reconhece a verdadeira natureza dessa pandemia, apenas contribui para o aumento no número de afetados pelo vírus.

    (MIKAEL MENDONÇA)

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  9. Aluno: Enoskaryton Dias Rocha de Santana Silva

    leitura realizada!
    A pesquisa feita com a professora de educação física nos mostra que atualmente, o campo da educação física nos trás muitas inseguranças e muitas vezes certos desânimos com a área de atuação. Com a pandemia do covid-19 a situação piorou nos campos de atuação da educação física, pois a insegurança na área de trabalho aumentou muito com o fechamento de vários espaços voltados a atividade física, e com isto vem problemas emocionais que podem acabar refletindo no corpo e virando problemas físicos. É ilusório achar que voltando as aulas os casos de disseminação vão continuar controlados, pois o estado não oferece estrutura nas escolas para que todos os alunos respeitem o distanciamento e em alguns casos não oferecem nem o básico como sabonetes, para higienização das mão e álcool para manutenção dessa higiene, além de não contar com espaços suficientes para que os alunos fiquem distantes um do outro dentro da própria sala de aula.

    Enoskaryton Dias Rocha de Santana Silva

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  10. A entrevista com a professora de uma academia particular de natação, traz grandes reflexões, que também pude me relacionar com a minha própria profissão, pois também trabalho em academia, porém de musculação e sem carteira assinada e nas primeiras ondas do vírus sars-cov-2, onde tiveram o lockdown deixando as academias fechadas no minimo 3 meses, o contrato de todos os trabalhadores daquele estabelecimento, tirando a moça da limpeza ficou sem receber, pois na academia trabalhamos por hora e como estava parada todos os funcionários da sala de musculação não recebeu se quer 1 real. Foi um momento difícil.
    Eu compreendo de certa forma as angustias e medo de ter trabalhado em um momento delicado, com uma taxa de óbitos muito alta, e contagio, saindo de casa sem covid e voltar com. Essa entrevista pela professora de natação pude refletir um pouco de como era as aulas dela nesse momento caótico da pandemia, na primeira onda da covid-19 em setembro do ano de 2020, e ela relata a quantidade de contado que teve com esses alunos, suponho que ela da aula de natação para crianças e jovens, pelo relato de sua condição de trabalho.
    Uma coisa que gostaria de relatar é que a importância de ter um trabalho formal, com a carteira de trabalho assinada, garantindo seus direitos de trabalhador, pois em um momento imprevisto como este de pandemia que assolou o mundo todo de diversas formas, como a doença em si mesma, problemas emocionais, físicos, desempregos entre outros. As pessoas com a carteira assinada ainda conseguiu receber como no caso dela, um salario mínimo, bem abaixo do valor que ela ganhava na academia infelizmente, no entanto as pessoas como eu que trabalha informal, nesse período tiveram que realmente se virar, pois se não fizesse isso, estaria bem ruim.


    KLEYTON ALVES CAMPOS

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