(Escrito por: Renato Coelho)
Sempre os governos de diferentes países e em diversas épocas utilizaram os esportes como instrumento ideológico e de manipulação da população, desde Getúlio Vargas, passando pelos presidentes do regime militar, FHC, Lula, Dilma e chegando até aos dias atuais. E nestes tempos tenebrosos de pandemia não tem sido diferente. As velhas e demagógicas políticas de controle estão sendo constantemente utilizadas por governos, instituições e também pela grande mídia no sentido de forçar as pessoas a acreditarem que mesmo em um contexto de pandemia, com as curvas ascendentes de mortes e de contágios pelo novo coronavirus no Brasil, cinicamente vaticinam que a vida pode simplesmente seguir nos antigos padrões da normalidade social ignorando a alta transmissibilidade e letalidade do vírus Sars-Cov-2 e suas mutações não menos perigosas. O que estamos a assistir é uma tentativa obstinada por parte do Estado, da grande mídia e também dos grandes empresários em impor uma normalidade impossível em tempos de descontrole total da pandemia no Brasil. Podemos denominar este atual contexto de a Ditadura do Falso Normal, onde se naturaliza a morte em massa a fim de permitir uma continuidade da vida dentro de uma descontinuidade em tempos de pandemia. Hospitais em pleno colapso de atendimento, com colocação de contêiners de câmara fria nos pátios para acomodação de corpos, multiplicações de mutações virais mais letais, falta de vacinas, escassez de oxigênio medicinal para o atendimento de pacientes com Covid-19 e campeonatos estaduais, nacionais e internacionais de futebol, basquete e outros esportes ocorrendo normalmente em solo brasileiro. Além de aumentar os contágios entre os atletas e os seus familiares, a continuidade das práticas esportivas profissionais é capaz de provocar ainda o adoecimento ou a morte de centenas de outros trabalhadores envolvidos direta ou indiretamente com o espetáculo esportivo. Além deste grave e real problema sanitário de contágio dentro do ambiente esportivo, tais eventos no contexto brasileiro de aumento de transmissão criam uma falsa normalidade capaz de expor milhões de pessoas ao vírus, ao fazerem as mesmas acharem que a vida já voltou ao normal, porque os seus times do coração voltaram a jogar os campeonatos nacionais, de fora de consciente ou inconsciente, essa ação de assistir o jogo e torcer, mesmo que pela TV, é capaz de provocar um relaxamento da maioria da população, sob o discurso falacioso do “novo normal”, de um normal que nunca existiu, mesmo antes da pandemia. Esse bombardeio constante de propaganda da falsa normalidade atinge a todos e colabora com a necropolítica do Estado brasileiro em transformar a curva exponencial da pandemia no Brasil na mais alta e longa do mundo, sob um platô com uma média móvel de 900 a 1000 mortes diárias. Os números e a matemática ratificam que a vida não segue nada de normal.
O esporte a partir do século XX se transforma em espetáculo midiático e em megaevento de entretenimento de bilhões de espectadores em todo o mundo. O esporte mercadoria se transforma em produto de consumo e é ofertado não mais como exercício físico, promoção de bem estar ou prática de lazer, mas é transformado em objeto de contemplação e de fethiche. O sujeito que antes praticava o esporte e o próprio esporte se transformam em objetos reificados. O ativo praticante e desportista do dia a dia ou aquele torcedor apaixonado pelo seu time e frequentador dos estádios desaparecem no mundo do esporte espetáculo moderno e passam a dar lugar ao consumidor passivo do entretenimento esportes, um mero sujeito inerte que apenas contempla virtualmente o esporte espetacularizado e globalizado, que se transformou apenas em imagem a ser vendida e consumida. Nessa metamorfose para se enquadrar no processo de fetichização capitalista, o esporte não apenas se transforma em mais uma mercadoria, mas também perde seus significados, seus símbolos, regras e tradições. Nesse processo de mercadorização e de aniquilamento dos sentidos dos esportes, ocorre o empobrecimento e a perda dos seus elementos constitutivos e essenciais ligados a estética, a arte, ao popular e à história humana.
Mas o esporte não é hoje uma mercadoria qualquer, mas sim uma mercadoria singular e que movimenta uma cifra de bilhões de dólares no mundo. E além de produzir uma escala astronômica de lucros aos seus patrocinadores, os esportes possuem também um capital político e ideológico incomparáveis. Um exemplo marcante dos esportes como instrumento ideológico foi demonstrado durante o período da chamada Guerra Fria, quando da polarização do mundo entre a antiga União Soviética (URSS) e os EUA, que dividiu o planeta entre países capitalistas apoiados e liderados pelos EUA e os países do bloco comunista, ligados à antiga União Soviética. Durante este período as olímpiadas se transformaram em palco de disputas hegemônicas entre atletas do mundo capitalista versus atletas do mundo comunista. Nestas disputas, no entanto, o “fair play” nunca existiu, pois eram constantes e comuns os escândalos com doping envolvendo atletas de ambos os lados e que utilizavam esteroides anabolizantes e outros fármacos para alcançarem o pódio e as cobiçadas medalhas olímpicas, e com isso a hegemonia nos esportes mundiais que servia como a mais poderosa e eficaz propaganda estatal.
Foto 02 - Filme Rock mostra o contexto da Guerra Fria nos esportes: Rocky Balboa (USA) x Ivan Drago (URSS)
Nos países da América Latina não foi diferente o uso dos esportes por governos e regimes ditatoriais, sempre houve ações estatais que transformaram os esportes em bandeira de propaganda de representantes políticos ou de partidos. Na Argentina de Perón ao Brasil de Vargas, sempre se soube do grande poder de fascínio, de êxtase e de admiração provocados pelos esportes, em especial do futebol, sobre a maior parte da população.
Durante o período em que vigoraram as ditaduras militares na América do Sul, houveram casos emblemáticos e históricos onde o Estado se utilizou do esporte para promoção e propaganda de seus ideais e valores, sob o falso manto do triunfalismo, da eficiência, do mérito e da sobrepujança, que são as características do esporte. E mais ainda, aqueles que conseguiam as qualidades de serem os mais rápidos, mais velozes, que iam mais altos e mais longe estavam então à serviço da propaganda do Estado.
A ditadura militar do presidente Videla na Argentina utilizou a Copa do Mundo de 1978 como propaganda do regime ditatorial para o mundo, tentando esconder as mazelas sociais do país, a pobreza e a violência estatal contra a os opositores da ditadura. A Argentina que era sede da Copa do Mundo FIFA de Futebol em 1978 aumenta a violência e a repressão aos opositores no país durante o período da Copa. Enquanto a bola rolava nos gramados argentinos, milhares de pessoas passavam fome nos subúrbios das grandes cidades devido à miséria no país ou eram presas, torturadas e mortas pela polícia argentina. Mas a propaganda de Videla tentava passar ao mundo, a visão de uma outra Argentina, bem diferente daquela que se via nas ruas de Buenos Aires ou nos porões da polícia de todo o país. A propaganda estatal era a de uma Argentina do “país do futebol” e da seleção de Passarela campeã do mundo em 1978. Mas, para se chegar à final da copa e ao título, o governo argentino promoveu várias intervenções junto à Fifa e também na escancarada manipulação de jogos que beneficiaram o time anfitrião. Um jogo bastante emblemático foi entre Argentina e Peru, onde a seleção Argentina necessitava vencer a equipe adversária peruana com um placar de 4 gols de diferença para avançar à próxima fase, e tirar a seleção do Brasil daquela Copa. Com visita do general Videla ao vestiário da seleção peruana antes e após o jogo contra a Argentina, o placar final de 6 X 0 a favor da Argentina, provocou a desclassificação do Brasil, e fez a seleção argentina avançar à final e disputar o título contra a Holanda, sagrando-se campeã do mundo.
Foto 03 - Argentina campeã mundial na Copa do Mundo de 1978
No Chile, da mesma forma o ditador Augusto Pinochet, passa a promover intervenções e apoiar o Colo Colo, o time mais famoso e popular da época e que formava a base da seleção chilena. Com o objetivo também de tentar desviar a atenção da população chilena e do mundo das barbáries, atrocidades e genocídios promovidos pela ditadura chilena aos seus opositores, o governo do ditador Augusto Pinochet se utiliza do futebol como instrumento de controle e para mascarar a realidade. O Estádio Nacional do Chile em Santiago se tornou na época em um dos maiores símbolos da cruel ditadura chilena. Este famoso e importante estádio de futebol serviu de local de prisão e tortura para milhares de simpatizantes e apoiadores do governo deposto de Salvador Allende. Milhares de chilenos foram assassinados pela ditadura de Pinochet dentro do Estádio Nacional do Chile. Um jogo que não aconteceu, mas que entrou para a história do futebol foi nas eliminatórias para a copa do mundo de 1974 na Alemanha, onde a seleção chilena deveria enfrentar a seleção da antiga União Soviética, mas o time russo se recusou a entrar em campo em protesto contra a ditadura de Pinochet e então a seleção do Chile vence o jogo por W.O e se classifica, com o estádio lotado com mais de 20 mil torcedores chilenos que não assistiram a jogo nenhum.
Foto 04 - Estádio Nacional do Chile
No Brasil podemos citar também vários momentos sobre a utilização dos eventos esportivos como instrumento ideológico e de manipulação, que vão desde os governos de Getúlio Vargas, passando pelos militares pós 1964 e indo até os governos atuais.
Um dos episódios mais emblemáticos e marcantes da história do futebol brasileiro, e sobre a ideologização do maior esporte nacional, ocorreu em 1970 na disputa da Copa do Mundo do México, onde a seleção comandada por Pelé & Cia, considerada a maior seleção de futebol de todos os tempos, se transformou na maior e mais poderosa bandeira de propaganda política da ditadura militar brasileira. Enquanto milhares de brasileiros, que se opunham à ditadura, eram torturados e mortos nos porões das delegacias policiais, o governo exaltava e patrocinava a chamada seleção canarinho que se consagrou tricampeã no México em 1970. A propaganda estatal sobre a seleção de Pelé não somente tentava passar uma boa imagem do Brasil no exterior, assim como também conseguia desviar o foco da população brasileira das questões importantes e ligadas à fome, à miséria , às injustiças sociais e sobretudo com relação à violência e repressão institucionalizada do Estado contra os próprios brasileiros. O futebol ajudava a vender a propaganda do “milagre brasileiro” referente ao crescimento artificial da economia e também promovia a falsa imagem criada pelos militares do regime caracterizado pelo slogan “Brasil Potência” ou “País do futuro”.
Foto 05 - General Emílio G. Médici recepciona seleção tricampeã do mundo em 1970.
Nos governos do PT, de Lula e Dilma, (2002-2016) mais uma vez se gastou muita energia e volumosas quantias em dinheiro para transformar o país na sede dos dois maiores megaeventos esportivos do planeta, a Copa do Mundo Fifa 2014 e Olimpíadas Rio 2016. A grande êxtase e o entusiasmo em sediar os megaeventos mais importantes do esporte moderno contribuíram também para desviar o foco e a atenção da população brasileira da sua realidade, camuflando os problemas sociais e servindo de capital politico para o governo. Porém, os gastos astronômicos com a construção das chamadas Arenas de futebol com padrão Fifa, que ultrapassaram os 30 bilhões de reais (somente o estádio Mané Garrincha em Brasília custou cerca de 1,5 bilhão de reais e com provas de superfaturamento). Os gastos com as Olímpiadas do Rio em 2016 ultrapassaram os gastos com a copa do mundo de 2014, alcançando a cifra de 40 bilhões de reais. Os altos gastos com os megaeventos, sob o falso discurso de “Legado Olímpico”, e em contrapartida a falta de investimentos em infra-estrutura ligadas à saúde, educação, saneamento e geração de empregos, e entre outros fatores importantes, provocaram protestos em todo o país, onde a população exigia com bloqueios de ruas e rodovias maiores investimentos em saúde e educação e ainda a não realização destes mega eventos esportivos. As consequências foram catastróficas com o endividamento público, a inexistência de nenhum legado da copa ou das olimpíadas e ainda o fracasso político da realização dos mega eventos ajudaram a derrubar a popularidade do governo do partido dos trabalhadores (PT), e dentre outros fatores também importantes, a crise gerada potencializou o processo de impeachment da presidenta Dilma Roussef (PT) em 2016.
Foto 06 - Alunos e professores da UEG cercam o ônibus da seleção brasileira de futebol em frente ao Mercury Hotel no Setor Oeste em Goiânia durante amistosos de preparação para a Copa das Confederações no ano de 2013. (Movimento Mobiliza UEG).
Hoje, durante a pandemia do novo coronavirus e o governo de Jair Bolsonaro, também podemos observar a velha estratégia de se utilizar o esporte como propaganda na criação de uma falsa normalidade, com as mesmas estratégias e mecanismos que adotados por governos anteriores, desde Vargas, passando pelos governos da ditadura militar pós 1964 e pelos governos do PT a partir da década de 2000.
A partir de agosto de 2020, ainda quando se observava grande aumento nas curvas de contágios e de mortes pelo novo coronavirus em todo o país, houve o reinício do campeonato brasileiro de futebol e também dos campeonatos estaduais. Mesmo sem público nos estádios, foram criados vários protocolos sanitários para evitar o contágio por atletas e pelas comissões técnicas. Mas o que assistimos foram vários surtos da covid-19 entre times de todas as regiões do Brasil, inclusive do Goiás E.C e também o Atlético Goianiense, ambos da capital goiana. E no dia 22 de setembro de 2020 o time com a maior torcida do Brasil teve 27 pessoas, O Clube de Regatas do Flamengo, entre atletas, comissão técnica e cartolas, contaminados em viagem à cidade de Guayaquil no Equador pela disputa da copa Libertadores da América. O time que mais pressionou as autoridades para o reinício dos jogos durante a pandemia, teve praticamente quase todo o time e o próprio técnico contaminados pelo vírus Sars-Cov-2, provando assim que não existe protocolo seguro quando a transmissão do vírus é acelerada e ascendente (Rt>1).
Como se não bastasse, existe hoje no Brasil uma forte pressão de clubes sobre a CBF no intuito de liberar a participação de torcedores nos estádios durante a pandemia. Esse movimento também é encabeçado pelo time do Flamengo, que exige a abertura dos portões e das bilheterias aos torcedores. O ex-prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivela, na época de olho nas eleições municipais, cedeu à pressão e aprovou a reabertura do Maracanã aos torcedores. Mas com a revolta de outros dirigentes de clubes importantes, como Botafogo e Fluminense,que não concordam com a reabertura apenas do Maracanã, a prefeitura carioca e o Flamengo voltaram atrás na tentativa de abrir os portões para os torcedores em plena pandemia.
Foto 07 - Flamengo Campeão Brasileiro em pleno crescimento da segunda onda de Covid-19 no Brasil.
O que está de fato por detrás da volta do futebol e também das torcidas nos estádios em pleno aumento de casos e de contágios na pandemia? Hoje o país contabiliza mais de 250 mil mortos pela covid-19 e várias cidades, como Goiânia, experimentam atualmente o pico de casos e de mortes na pandemia na chamada segunda onda. Essa chamada necropolítica que promove o genocídio de brasileiros em todos os estados da federação, representa a tentativa desesperada e pragmática dos governos do país (federal, estaduais e municipais) em criar uma falsa normalidade (alguns denominam de “novo normal”), onde o esporte e principalmente o futebol pode ser capaz de criar no imaginário das pessoas a falsa sensação de que a vida voltou a ser como antes, uma ilusória percepção de que podemos sair de casa e trabalhar como se a pandemia já estivesse terminado. Mas é o contrário, a pandemia está em sua fase mais letal e veloz, ceifando milhares de vidas a cada instante. Há uma estimativa do próprio Ministério da Saúde que prevê mais de 3.000 mortes diárias no Brasil para os meses de março e abril de 2021, e os campeonatos estaduais e a Copa do Brasil ainda continuam com os seus jogos ainda em andamento.
Vê-se assim uma tentativa desesperada de recuperar as perdas da economia, em um país onde o governo se utiliza de um discurso negacionista, se isenta na criação de políticas públicas de mitigação dos contágios, faz então multiplicar as tentativas e as propagandas de um falso normal, onde os esportes servem de instrumento de mascaramento do verdadeiro extermínio de classe no Brasil durante a pandemia. As pessoas são induzidas e convidadas a consumir e se divertir mesmo com o vírus letal e sem controle nas ruas. E o esporte é mais uma vez este mecanismo importante de criação da normalidade impossível, tal qual ou muito pior, do que se assistimos durante os períodos da chamada Guerra Fria, nas ditaduras da América Latina ou ainda com os já citados megaeventos dos governos do PT no Brasil.
A grande verdade, todos já sabem, para se controlar uma pandemia em um país pobre como o Brasil requer grandes investimentos que garantam a manutenção financeira das famílias de todos os trabalhadores, dos desempregados e dos mais pobres, também a criação de políticas públicas coordenadas na área da saúde, capazes de promover a testagem em massa, o rastreamento em massa, o isolamento em massa e o tratamento de todos os contaminados do país, sejam os casos mais graves ou assintomáticos. Ainda um programa de vacinação em massa que seja eficiente e rápido a fim de frear as mortes pela Covid-19. Porém, nenhuma destas ações se praticam no Brasil, daí o caminho mais fácil em colocar o trabalhador dentro dos estádios ou em frente da TV para assistir o seu time em plena pandemia. O atalho está sendo feito em utilizar os esportes como anestésico para uma população em pânico e à beira de uma revolta por causa dos prejuízos e do aumento da miséria provocado pela pandemia. Essa é a velha estratégia dos governos e do Estado para se criar o falso normal, porém, a fome não é falsa e não se podem esconder os cadáveres de milhares de mortos. E o culpado, obviamente, não é o vírus.
Novamente veio a tona o discurso do pão e circo, em uma tentativa de propor entreterimento nas televisões, através do futebol, causando uma impressão de estar tudo bem, um refúgio do caos que estamos vivendo com essa pandemia, e atrelado a isso a perspectiva de relaxamento quanto aos cuidados pessoas em relação a transmissão do corona vírus.
ResponderExcluirVários períodos de crise política em que utilizava-se do esporte como forma de normalização das situações trágicas vividas. A situação atual permanece com essa negação do problema, e demora para reação política e governamental para o combate do vírus, permitindo com que o esporte entre mais uma vez para "maquiar" o caos e os problemas vividos atualmente.
Ao refletir sobre os aspectos tratados no texto, e sobre os vários exemplos relacionados a utilização dos eventos esportivos como instrumento ideológico e de manipulação, me recordo de alguns elementos que Marx e Engels trouxeram em seus estudos. Sendo assim, os autores acreditavam que a satisfação do homem, inicialmente, se dava pela necessidade que ele possuía; com o tempo, a própria necessidade se tornou refém daquilo que os homens criam, adquirindo um caráter fetichista e coisificado dos elementos que materializam (que se apresenta como a essência da mercadoria, o que nesse contexto, são os Esportes). Desse modo, há uma degradação do homem, o que torna o trabalho alienado com seus objetivos equivocados; não potencializando o trabalho como algo positivo, de fato. Nesse contexto, o Esporte e a forma como esse está se apresentando durante a Pandemia, vai de encontro com a produção do homem que modifica a sua natureza, ou seja, a forma de entretenimento que estão utilizando no atual momento, adquire uma forma degradada com a própria saúde dos que estão envolvidos e com as devidas preocupações que deveriam estar em foco. Logo, não há momento para se pensar em campeonatos, celebrações e comemorações esportivas, isso seria normalizar o que não deve ser; portanto, é de extrema importância que os valores e prioridades sejam analisados e revistos, tendo como base a realidade que necessitamos, não "fetichizando-a".
ResponderExcluiro futebol hoje deixou de ser um entretenimento e virou um mundo capitalista, muito mais do que ja era, a volta do futebol alimenta o bolso de muitos e traz uma "normalidade" que não existe em meio a pandemia e eles colocam alguns protocolos como o esporte fosse o mais seguro possível mesmo sem a torcida e isso é uma mentira sendo que vemos muito contágios no meio dos atletas e trabalhadores no esporte.
ResponderExcluire vemos agora que mesmo com a proibição de alguns governadores eles ainda resistem para não parar com o futebol, e enquanto isso as pessoas andam morrendo e o colapso cada vez maior.
Matheus de jesus
Antes mesmo dos governos camuflarem a realidade com o esporte, essa façanha já acontecia desde a época do Império Romano, no qual se cobravam altas taxas de impostos, e como forma de conter a população, de entretê-los, para que a indignação da população não terminasse em revoltas sociais, os imperadores simplesmente construíam enormes arenas, promovendo eventos, espetáculos sangrentos, com gladiadores, animais ferozes.
ResponderExcluirAtualmente, vivemos em um cenário de total negacionismo.
Onde todas as ações tomadas pelo governo existe implicitamente ganhos ao grande capital.
Maquiar o contexto em que vivemos é negligenciar a calamidade sanitária.
Isso me leva a problematizar: Será que teremos uma vida real normal novamente? Quais os impactos de todo esse negacionismo na pós pandemia?
Penso que toda forma não sairemos ilesos, seja pelo vírus, seja pela fome, seja depressão, pela agressão ou que seja pela omissão... de qualquer forma seremos atingidos.
Ao contrário da música "ouro de tolo" Estamos sentados "No trono de um apartamento
Com a boca escancarada cheia de dentes
Esperando a morte chegar" é lamentável!
É triste ver que em pleno caos que vivemos o governo se preocupa em retornar aos esportes midiaticos. A situação atualmente é extremamente critica, bem pior que ano passado, esse nova onda tem sido muito mais fatal e mortal, e vemos esse falso normal se tornando cada vez mais aceitavel, vemos que a empatia das pessoas com tudo que tem acontecido não existe mais, apesar de tudo que tem sido feito para "tentar" controlar as pessoas não colaboram. Mesmo com o lockdown instaurado na cidade de Goiânia vemos muitas pessoas saindo , passeando, curtindo festas que acontecem em casas e chácaras, quantas e quantas festas vemos que tem sido interrompida durante o lockdown, e até mesmo por vezes seguidas, como aconteceu . E isso é realmente triste, pois o amor pelo próximo tem morrido .
ResponderExcluirESTHER SILVA CAMARGO
É realmente chocante saber que em um momento tão difícil, como o que vivemos atualmente, a organização dirigente da hegemonia, gasta muito dinheiro na divulgação e apresentação de esportes midiáticos, enquanto pessoas morrem por falta de cilindros de gás oxigênio. Não somente por isso, mas também pela hipocrisia de muitas celebridades, que defendem o isolamento, mas são pegas no flagra em vídeos e imagens, participando presencialmente de eventos esportivos, tendo até contato físico com diversas pessoas.
ResponderExcluirWederson Efraim
É perceptível duas coisas que estão diretamente ligadas ao isolamento social contra a emancipação do COVID. Por um lado temos os esportes visto como uma questão mercadológica, de tal maneira que o capitalismo financia toda a mídia para uma boa pratica regular de esportes, que indiretamente se as pessoas querem um conforto maior para manter a sua saúde com um acompanhemnto profissional elas devem pagar por tal esporte. E por outro lado temos um momento muito critico em relação a pandemia onde a pratica esportiva começaa ganhar uma certa importância para bons hábitos para manter não só as funções vitais, mas para manter o sistema imunológico estabelecendo que autoridades publicas deveriam acessibilizar a pratica esportiva ainda mais para as pessoas carentes terem bons hábitos mas no fim das contas cada esporte tem seus valores e particularidades sendo que diversos profissionais tem uma mentalidade de "impor seu próprio valor"
ResponderExcluirGuilherme Luis
Fico impressionada com fato de trazerem a tona o futebol para as telas. E mais ainda, creditarem isso. Tantos morrendo, tantos sofrendo.. é realmente "pão e circo". Distrações para acalmar o povo, para abafar a realidade. Estamos vivendo o caos e normalizar o esporte na TV é realmente lamentável. Desde sempre foi assim, não é mesmo?
ResponderExcluirSem mais...
Ana Paula Moreira Nunes
A manipulação é uma das estratégias mas sagazes para o controle de todo ser vivo, onde as mídias hoje em dia é o maior meio de controle da sociedade , como as propagandas que são passadas inúmeras vezes, e o futebol que é uma das prioridades de se relatar em todas os meios de comunicação. Hoje em dia tudo é um negocio, se não for para ter benefícios econômicos não se ouve nem falar, tudo hoje gira em torno do dinheiro, nesta pandemia se pode ter como realidade que nem a vida não vale nada se ela não oferece nada de retorno, a pandemia só trouxe que o governo brasileiro só quer saber de ganhar encima de seus trabalhadores .
ResponderExcluirMillena Sousa Gomes
Nenhum jogador de futebol morreu no Brasil em decorrência da Covid-19, mas sabemos que o universo dos esportes, competições em geral, não constituem apenas de jogadores, existe toda uma equipe por trás, nos bastidores. O Campeonato Goiano, finalmente foi paralisado, e isso não é nenhum exagero. O Paulistão parou e agora também o Mineiro. Outro cenário apresentado pela mídia foram dos ambulantes que trabalham em estádios de futebol, mas que agora estão parados.
ResponderExcluirA NBA e a NFL estão fazendo seus jogos, segundo eles com todas as restrições possíveis, as arquibancadas agora possuem telões onde os torcedores acompanham a partida com os rostos em formato de monitores.
O estado de Goiás atingiu a marca de 10 mil mortos pela Covid-19. Os dados vieram da própria Secretaria de Estado da Saúde. É certo que nenhuma doença na história do estado de Goiás matou tanto em tão pouco tempo. A pergunta é, muitas dessas mortes poderiam ter sido evitadas?
Comerciantes bateram na porta do Paço Municipal durante toda a semana, cobrando do prefeito uma flexibilização do comércio, segundo eles "estão morrendo de fome". Fecharam BR, avenidas da cidade. Políticos encabeçaram a manifestação criticaram posição do poder público.
O que todas essas realidades tem em comum? A ineficiência de um governo que não tem planejamento e já está no seu 4º ministro da saúde, a política brasileira mais uma vez mostrando como seu engajamento é sempre movido por dinheiro e as pessoas reféns de uma doença fantasma que fez aniversário, e continua com o mesmo nível de mortalidade, talvez até maior. O mundo precisa de energias positivas, estamos morrendo.
Com esse momento difícil que estamos passando notamos a ineficiência do govedno em não mostra engajamento com políticas públicas voltadas para evitar número de mortes que só vem crescendo . Sabemos que o futebol e de entretenimento mas está na hora de tomar todos os cuidados possíveis.
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