(Escrito por Renato Coelho)
No atual momento da pandemia no Brasil,
com mais de 622 mil mortes (sendo estes dados oficiais subnotificados), e
quando a pandemia ainda se encontra totalmente fora de controle, um tema vem
novamente ao debate: o retorno das aulas presenciais nas escolas do
país. Segundo dados da Organização Pan-Americana da
Saúde (OPAS), são cerca de 44 milhões de estudantes fora das escolas
somente no Brasil (OPAS, 2020). Ainda segundo dados da UNICEF são inúmeros os
problemas mentais e psicológicos que podem afetar as crianças devido ao tempo prolongado
de fechamento das escolas:
O
fechamento das escolas tem impactos profundos na vida de crianças e
adolescentes. Com o início da pandemia no Brasil, em março, estima-se que 44
milhões de estudantes ficaram longe das salas de aula. Tendo em vista as
diferentes realidades brasileiras, as opções de atividades para a continuidade
das aprendizagens em casa não estão se dando de forma igual para todos. Manter
as escolas fechadas por muito tempo pode agravar ainda mais as desigualdades de
aprendizagem no país, impactando em especial meninas e meninos em situação de
vulnerabilidade (Bauer, F. apud OPAS (2020))
Sabe-se, no entanto, que a retomada das
aulas presenciais, sejam em escolas, creches ou universidades depende
exclusivamente do controle da pandemia no país, a fim de garantir a segurança
do convívio entre alunos, professores e todos os familiares envolvidos. São
evidentes os vários problemas psicológicos, emocionais e que também afetam o
desenvolvimento das crianças e jovens pelo fato das escolas ainda estarem
fechadas, porém, uma atitude irresponsável e insana seria autorizar o reinício
das atividades presenciais em escolas no ápice de uma terceira onda da covid-19
no Brasil e agravado por uma nova mutação do vírus Sars-Cov-2, denominada
Ômicron, detectada primeiramente na África do Sul, mas que já possui
transmissão comunitária em praticamente todo o território nacional, e já representa
cerca de100% das testagens genômicas no país. A transmissibilidade é cerca de
dez (10) vezes maior que as cepas anteriores e representa alto risco para a população
não vacinada, como é o caso específico das crianças em idade escolar.
É importante destacarmos, que antes
mesmo de se iniciar a discussão sobre o retorno das aulas
presenciais no Brasil, se torna ainda mais urgente e
imprescindível para toda a sociedade, o debate pleno e aberto sobre
a realidade do (des)controle da pandemia em todas as regiões do país, ou seja, o
retorno das aulas presenciais deve estar correlacionado ao controle eficaz da
pandemia, saber onde está o vírus dentro de cada região e cidades do território
nacional, possuir mecanismos para mitigar surtos e novos contágios, promoção e
aceleração da vacinação infantil, estratégias de realização de testagem em
massa e a universalização do atendimento hospitalar aos infectados. Porém, não
é o que se observa atualmente no país, ao contrário, observamos uma obsessão
pelo retorno imediato das aulas presenciais nas escolas brasileiras e pelas
flexibilizações das regras de isolamento social, pressão essa reproduzida pelos
secretários municipais e estaduais de educação, e cuja origem reside nos
interesses comerciais e financeiros dos grandes proprietários de escolas
privadas, que tiveram seus lucros subtraídos com a pandemia e que
agora pressionam os gestores públicos para a reabertura de todas as escolas,
públicas e privadas ao mesmo tempo, independente dos estudos dos índices de
transmissão do vírus sars-Cov-2 nas cidades, demonstrando assim, que a pandemia
no Brasil (e no mundo todo) se transformou num verdadeiro extermínio de classe,
onde os impactos e mortes atingem de forma desproporcional e seletiva as
classes mais pobres que não possuem acesso a assistência médico hospitalar de
qualidade.
É notória a importância das escolas no
desenvolvimento e na aprendizagem de crianças, jovens e adolescentes. As
atividades coletivas, as tarefas em grupo e as aglomerações infantis
potencializam o desenvolvimento das chamadas funções psicológicas superiores
nas crianças, como a memória, o raciocínio, a linguagem e a escrita. Porém, com
o início da pandemia do novo coronavírus, a partir do primeiro semestre de
2020, as aulas presenciais em escolas e universidades em todo o país foram
suspensas como medida de mitigação de novos contágios pelo vírus Sars-Cov-2. As
aglomerações humanas são as principais causas de contágios da covid-19, e as
escolas e as universidades possuem uma dinâmica pedagógica e também uma
arquitetura própria que tem como objetivo promover e incentivar as
aglomerações, já que as atividades em grupo são facilitadores da aprendizagem.
A começar pela arquitetura das salas de aula com dezenas de carteiras
organizadas em filas paralelas ou em círculos, a organização do pátio e as
atividades do recreio são planejadas em função das interações e aglomerações
das crianças, a fim de permitir maior interação e sociabilidade. Podemos ainda
citar os restaurantes e os banheiros coletivos de escolas que também possuem
uma arquitetura que favorece as interações humanas. Entretanto, devido à voraz
dinâmica de contágios do vírus Sars-Cov-2, mesmo com o início da Campanha
Nacional de Imunização (vacinação) no Brasil, mudanças estruturais profundas
deverão ser realizadas dentro da educação escolar em todos os níveis e também
na educação superior para a mitigação de novos contágios de Covid-19 e de suas
variantes futuras. As mudanças necessárias serão não apenas referentes ao
número de alunos por sala, mas também com mudanças estruturais que vão desde a
arquitetura das escolas, na dinâmica de horários de funcionamento das aulas, na
contratação de novos professores (concursos públicos), maiores investimentos na
infraestrutura das escolas como acesso à internet, saneamento, ampliação de
salas e na construção de banheiros, quadras, jardins e maiores áreas de lazer e
de recreação.
Segundo Tokarnia (2020), em relação às
condições atuais das escolas no Brasil em tempos de pandemia, apenas 46,7%
possuem saneamento básico, ou seja, mais da metade das escolas do país não
possui tratamento de esgoto, água encanada ou coleta de resíduos sólidos.
Dentro desta pesquisa apenas 30% das escolas públicas e privadas no Brasil
possuem áreas verdes, quadras e áreas de lazer.
Quando se fala sobre o quesito
infraestrutura escolar, segundo o Censo Escolar 2017, nas escolas de ensino
fundamental no Brasil apenas 65,8% das escolas públicas possuem água encanada
(água potável), 46,8% possuem laboratório de informática, 65,6% têm acesso à
internet e nas escolas de educação infantil apenas 61,1% possuem banheiro
adequado à sua faixa etária. No que se refere às creches, apenas 57,6% possuem
parque infantil e para a pré-escola essa porcentagem cai para 42,7%, e menos de
30% das creches e das pré-escolas possuem áreas verdes (MARTINS, 2018).
Essa realidade escolar brasileira é um
entrave para a reabertura das escolas e para a flexibilização das atividades de
aulas presenciais. Considerando tal contexto em que se insere a maioria das
escolas no país, com destaque para a total falta de infraestrutura dos espaços
escolares, haverá a potencialização de novos contágios e de óbitos na
reabertura de escolas ou creches durante o período atual de crescimento da
segunda onda no país, com altos índices de transmissão do vírus (Rt>1),
provocando um aumento expressivo de contaminações e mortes por covid-19 entre
os escolares e os seus familiares, agravando mais a espantosa realidade atual dos
números da pandemia no Brasil.
Por que não se deve iniciar as aulas
presenciais atualmente no Brasil com a variante Ômicron?
Segundo dados do Centers for Disease
Control and Prevention (CDC - https://www.cdc.gov/) sediado nos EUA, a retomada
das atividades escolares na forma presencial somente deve ser recomendada
quando o índice de transmissão do novo coronavírus estiver abaixo de 50 casos
positivos novos (por dia) para cada um milhão de habitantes, pois essa taxa
significa que o risco de transmissão do vírus seria baixo para um ambiente
escolar e demonstrando também que a pandemia estaria realmente sob controle
numa dada região que apresente estes números. Além disso, para a reabertura das
escolas de forma segura, seria também necessário um decréscimo contínuo de no
mínimo 4 semanas consecutivas nos índices de contágios e de óbitos numa
determinada localidade ou município. Os leitos hospitalares de UTI´s para
covid-19 também devem possuir um percentual baixo de ocupação (abaixo de 70%).
Vemos assim que nenhuma cidade ou estado do Brasil se enquadraria nestes
critérios mínimos de segurança para reabertura de escolas neste início de 2022,
no contexto atual da Ômicron. Soma-se a esses dados da pandemia o alto estágio
de precarização e de sucateamento em que se encontram atualmente as escolas e creches
públicas do país, que não possuem condições mínimas em promover a higiene e
distanciamento dos alunos para prevenção de novos contágios. Portanto, o forte
apelo para o retorno imediato das aulas deveria ser substituído pelo debate
sobre maiores investimentos nas escolas, ampliação do número de salas de aulas,
saneamento e instalação de água potável nas escolas, ampliação da oferta de
internet gratuita aos estudantes, realização de novos concursos públicos para
docentes e o fornecimento de auxílio financeiro às famílias dos estudantes de
escolas públicas durante o período da pandemia.
Por que não se recomenda o retorno das
aulas presenciais hoje?
No mundo moderno, as escolas são
ambientes complexos e locais de aglomerações de pessoas. São espaços singulares
e cuja dinâmica espacial e temporal segue uma lógica fordista de funcionamento,
com crianças em filas, carteiras enfileiradas, corredores e salas dispostos
também de forma linear imitando um ambiente de produção fabril. O advento da
pandemia do vírus Sars-Cov-2 colocou em xeque a retomada das aulas presenciais
nas escolas e obrigou a continuidade das mesmas no chamado Ensino à Distância
(EaD), com todos os seus problemas e limitações, como a exclusão e
deficiências das aulas virtuais.
Segundo uma recente pesquisa realizada
pela Universidade de Granada (UGR) na Espanha sobre a retomada das aulas
presenciais naquele país, que nos trazem números e fatos importantes sobre as
relações entre a dinâmica de interações das escolas e o comportamento do vírus
Sars-Cov-2 (ARROYO, 2020).
Segundo os pesquisadores da
Universidade de Granada, considerando a realidade espanhola, de uma sala de
aula com vinte (20) crianças, considerando que a família destas crianças
escolares é constituída pelo pai, mãe com um (1) ou dois (2) filhos (nesta
simulação do cálculo considera-se que metade dos alunos tenham um irmão que
também estuda na mesma escola e a outra metade é composta por crianças
consideradas “filho único”). Ao se considerar todos os contatos realizados por
uma única criança, apenas no seu primeiro dia de aula, e sem considerar os
contatos externos à escola (rua, mercado, ônibus, etc.) será contabilizado 74
contatos com outras pessoas da escola, ou seja, cada criança da escola será
exposta a outras 74 pessoas no seu primeiro dia de aula, considerado apenas os
contatos exclusivos com sujeitos da sala de aula e da família (ver
Figura 01 abaixo).
Figura 01 – Esquema do número total de contatos entre alunos de uma mesma escola.
Para o segundo dia de aula,
desconsiderando as regras de distanciamento social, os contatos sobem para 808
interações para cada aluno da classe. Já para o terceiro dia as interações
serão de 15.000 para cada aluno. Os números comprovam o grande risco de uma
criança da sala estiver infectada com a Covid-19, elevando o grau de
contaminação para toda a escola. A partir daí, pode-se ter uma noção dos riscos
em se abrir as escolas em período de pandemia, pois é colocado em risco nesta
situação, não somente a saúde mental das crianças ou o seu futuro
desenvolvimento, mas acima de tudo a própria vida da criança é colocada em
risco, principalmente em um retorno às aulas presenciais num momento de alta de
casos e de contágios, e ainda com um retorno de forma pragmática e sem
planejamento como estamos presenciando.
Tabela 01 – Número de interações entre alunos durante os primeiros dias de aulas presenciais na escola
Imaginemos então como se daria a
replicação destes contatos diários nas escolas brasileiras, onde a massificação
de turmas, com médias superiores a 40 alunos por sala, a falta de professores
concursados, salas pequenas e com pouca ventilação, banheiros inadequados e sem
água potável em muitas escolas do país. Obviamente que as escolas se tornariam
assim espaços ou eventos denominados de super-espalhadores, com potencial
aumento de surtos e de contágios pelo novo coronavírus entre a sociedade.
Mesmo havendo o uso de máscaras e com
as regras de distanciamento social dentro das escolas, não é recomendado o
retorno das aulas presenciais quando houver alta de contágios numa cidade,
região ou país (Rt>1), pois todos os protocolos de biossegurança neste
contexto se tornam ineficazes. Quando se vivencia um momento de alta de
contágios e de óbitos, não há outra alternativa, a não ser o isolamento social
e a suspensão completa das aulas presenciais. A sugestão é priorizar a vida dos
escolares e não as aulas em si, pois o retorno seguro das aulas presenciais no
Brasil se dará somente após a efetivação da Campanha Nacional de Imunização para
todas as crianças (vacinação), já que não temos políticas públicas de mitigação
de contágios como testagem em massa, rastreamento de novos conatos, ampliação
de leitos de UTI’s e de atendimento médico hospitalar de qualidade para toda a
população.
O que fazer com as crianças dentro de casa com o fechamento das escolas? Como promover o desenvolvimento infantil?
Atualmente as crianças estão sendo uma
das maiores vítimas da pandemia da Covid-19 em todo o mundo. Talvez sejam as
que mais estão sendo afetadas pelas regras de isolamento social decretada por
diversos países ao redor do planeta, já que as crianças constituem o grupo que
mais tempo tem experimentado o confinamento de forma contínua em casa, haja
visto o fechamento de escolas e creches há quase um ano. Não há dúvidas que
para a maioria das crianças, o isolamento social afeta drasticamente o seu
desenvolvimento motor, cognitivo e social, já que as interações e os
relacionamentos coletivos nesta faixa etária são primordiais para o
desenvolvimento das funções psicológicas superiores da mente.
Várias escolas e creches de vários países distintos ensaiaram o retorno às aulas presenciais, mas devido ao alto número de surtos e contágios pelo novo coronavírus e de suas mutações mais transmissíveis e contagiosas, tais escolas fecharam novamente os seus portões, seja na Europa, Ásia, Oceania, África ou na América. O retorno às aulas presenciais no atual momento da pandemia no Brasil se torna algo totalmente impossível, sejam quais forem os protocolos de segurança sanitária, pois as novas variantes do vírus são cerca de dez (10) vezes mais contagiosas, tornando inevitáveis surtos entre crianças escolares, pois as escolas são por natureza ambientes de aglomerações.
No caso específico da cidade de
Goiânia, que atualmente experimenta terceira onda com índice de transmissão
superior a um (01) Rt>1, e com previsões de pico de contágios provavelmente
para os meses de fevereiro de 2022, o recomendado neste contexto é ainda o
isolamento social e a adoção somente de aulas virtuais (on-line), ao contrário
do que diz em as autoridades locais que estão permitindo a abertura de escolas 100% presenciais.
Neste momento tão complexo, difícil e
delicado, sugerimos alternativas para a promoção de um estilo de vida mais
saudável e humanizado para as crianças durante a pandemia. Ainda que as
crianças estejam em aulas remotas e sem aulas presencias, é possível criar uma
rotina saudável, lúdica e humanizada para as crianças em tempos de isolamento
social na pandemia.
Uma das principais considerações e
argumentos para a manutenção das aulas presencias para as crianças na pandemia,
diz respeito ao atraso no desenvolvimento infantil, e podendo produzir sequelas
no desenvolvimento e na aprendizagem das crianças. Porém, o que os defensores
desta tese desconsideram, são as sequelas ainda piores e mais agressivas
provocadas pela covid-19 em crianças, ou seja, as síndromes pós covid-19, além
de graves e duradouras, sejam em crianças ou em adultos, possui um outro
importante agravante, tais sequelas e síndromes são totalmente desconhecidas a
longo prazo, podendo gerar doenças crônicas, ou seja, que até o presente
momento não possuindo cura pela medicina. Portanto, colocando tudo na balança,
é notório que ser contaminado por covid-19 pode acarretar danos e problemas
maiores do que aqueles provocados pelo isolamento social em si e pela ausência
às aulas presenciais. A verdade é que os problemas relacionados ao retardo no
desenvolvimento ou na aprendizagem podem ser sanados e recuperados a curto ou
médio prazos, porém, as sequelas e os danos da covid-19 ainda são uma grande
incógnita e a ciência ou a medicina não podem garantir nada sobre este tema
novo e recente relacionado às consequências da covid-19 a longo prazo na
infância.
A sugestão é não levar as crianças às
aulas presenciais nas escolas, e sim criar atividades lúdicas em casa a fim de
provocar um desenvolvimento infantil capaz de amenizar os danos provocados pelo
isolamento social intermitente. Obviamente que nada substitui as interações
sociais entre as crianças e é sabido por todos a péssima qualidade e exclusão
das aulas remostas (EaD), porém, as ações lúdicas sugeridas para as crianças se
refere ao período atual da pandemia. A nossa proposta é baseada na Teoria Histórico Cultural de Vigotski sobre
o lúdico e a infância. Seja em casa, no quintal, na praça, na rua ou nos
parques infantis, estes são ambientes mais seguros do que as escolas para as
crianças, desde que as visitas a estes ambientes estejam autorizados pelas autoridades
sanitárias e que sejam escolhidos horários com menor fluxo de pessoas, e também
mantendo os contatos somente com sujeitos da mesma família, com o uso de
mácaras, álcool em gel e com distanciamento social (sem aglomerações). As
escolas são projetadas em função das aglomerações, e por natureza são ambientes
de múltiplos contatos, e que em tempos de pandemia podem propiciar novos surtos
e acelerar os contágios.
Em Goiânia, somente no nesta segunda
quinzena de janeiro de 2022, mais de 200 escolas municipais ligadas à Secretaria
Municipal de Goiânia (SME) tiveram que ser fechadas devido a surtos de covid-19
provocados pela variante Ômicron, que é mais transmissível do que o sarampo. Goiânia
foi a primeira capital do país a abrir as escolas em regime presencial, o
início das aulas foi no dia 17 de janeiro de 2022, e em pleno pico de contágios
provocados pela super onda da variante Ômicron, com mais de 180 mil contágios/dia,
demonstrando a atitude irresponsável e insana dos gestores públicos em Goiás. A
falta de professores nas escolas devido a contágios por covid-19 tem provocado
a suspensão de aulas e o fechanto de escolas inteiras. Prova-se assim, que
escola não é lugar seguro em tempos de pandemia, muito ao contrário, a abertura
deve respeitar as leis e diretrizes a da ciência epidemiológica.
A Criança, o Brincar e a Teoria
Histórico Cultural
O enfoque histórico-cultural se fundamenta
essencialmente no fato de que o desenvolvimento psicológico humano é um
processo complexo, cujas origens se encontram nas condições e organizações do
contexto social e cultural, construídos ao longo das vivências do indivíduo.
A análise histórico-cultural elaborada
por Vygotski foi altamente influenciada pelas concepções do materialismo
histórico dialético de Marx e Engels, de onde ele extraiu os conceitos sobre
atividade, mediação semiótica e a ideia central de que o ser social determina a
consciência social.
Vygotski considerava ainda a dupla dimensão do ser humano, sujeito e
sujeitado, dando grande importância à participação do outro no processo de
significação e constituição do sujeito, sem negar a efetiva participação do Eu,
social e historicamente produzido. (ZANELLA e ANDRADA, 2002, p.127).
Vygotski lutou durante toda a vida para
mudar todo o paradigma de sua época, ao explicar que o psíquico humano não era
apenas algo inerente ao desenvolvimento biológico, era na verdade uma realidade
complexa e dinâmica entre o biológico, o social e o cultural.
Vigotski esclarece que o desenvolvimento é um processo dialético,
marcado por etapas qualitativamente diferentes determinadas pela atividade
mediada, justamente o que o promove. Via atividade o homem (entendido enquanto
sujeito genérico) é capaz de transformar sua própria história e a história da
humanidade, posto que por seu intermédio transforma o contexto social em que se
insere e ao mesmo tempo se transforma. (ZANELLA E ANDRADA, 2002, p.128)
Para Vygotski o desenvolvimento
dos processos psicológicos superiores não são idênticos, nem redutíveis aos
fatores que explicam os processos psicológicos elementares, com os quais estão
relacionados os processos de desenvolvimento natural. Os processos psicológicos
superiores se firmam a partir da participação dos sujeitos em atividades
sociais valendo-se de instrumentos de mediação.
O ensino deve servir então como
elemento inerente aos processos de desenvolvimento da criança. E é durante tal
desenvolvimento dessas relações organizadas que evoluem as funções psíquicas
superiores da criança.
A partir da compreensão de que o bom
ensino deve operar sobre as conquistas de desenvolvimento ainda em aquisição e
adquiridas com auxílio do outro, surge o conceito de desenvolvido por Vygotski
de Zona de Desenvolvimento Iminente (ZDI):
A distância entre o nível evolutivo real determinado pela resolução
independente do problema e o nível de desenvolvimento potencial determinado
pela resolução de um problema sob a orientação de um adulto ou em colaboração
com os colegas mais capazes. (VYGOTSKY, 1998, p.86).
Este é um dos conceitos centrais da
teoria de Vygotski, é a chamada zona de desenvolvimento iminente, que é a
distância que existe entre o que a criança sabe fazer sozinha e o que pode
fazer com a ajuda do outro.
As atividades quando inseridas dentro
da Zona de Desenvolvimento Iminente (ZDI) permitem trabalhar sobre as funções
ainda em desenvolvimento, que não foram plenamente consolidadas, criando uma
estreita conexão entre aprendizagem e desenvolvimento, contribuindo para a
formulação de indicadores didáticos e avaliativos para o desenvolvimento
infantil, quando favorecido pela construção de um cenário de aula que considere
o contexto sócio-histórico dos alunos.
As teorias de Vygotski se tornam
fundamentais para a compreensão e o resgate do valor e importância do jogo e do
brinquedo. A contribuição principal de Vygotski sobre o jogo ou o brinquedo, é
a sua valorização, acrescida pela estreita relação que este autor estabelece
entre o jogo e a aprendizagem.
Uma das situações que se apresentam como importantes para a análise do
processo de constituição do sujeito é a brincadeira infantil. Rompendo com a
visão tradicional de que a brincadeira é a atividade natural de satisfação de
instintos infantis, Vygotski apresenta o brincar como atividade em que tanto
significados sociais e historicamente produzidos são veiculados quanto novos
podem ali emergir. (ZANELLA e ANDRADA, 2002, P.128).
As intenções e ações lúdicas no jogo
possibilitam a criação da Zona de Desenvolvimento Iminente (ZDI), promovendo a
internalização do real e o desenvolvimento cognitivo.
Logo, o brincar da criança passa a ser
uma transformação criadora, ela também tem a possibilidade de criar, mesmo sob
diferentes escalas, mas cria a partir do que conhece e das oportunidades
oferecidas, dentro de suas próprias necessidades e preferências. Dentro do jogo
resgata-se na criança sua posição de sujeito histórico e social, pois ela cria,
ela imagina, ela pode participar ativamente do processo lúdico.
[...] a criança vê um objeto,
mas age de maneira diferente em relação ao que vê. Assim, é alcançada uma
condição em que começa a agir independentemente daquilo que vê. (VYGOTSKI, 1998,
p. 127).
Portanto, os jogos e brincadeiras
possuem papel fundamental para a formação da plasticidade cerebral através de
processos criativos, que irão transformar qualitativamente as funções
cerebrais.
Considerações Finais
O resgate dos elementos lúdicos através
de atividades de jogos e de brincadeiras é de fundamental importância para o
desenvolvimento pleno das crianças. O brincar é essencial para o
desenvolvimento e para a vida da criança. A sociabilidade e a aprendizagem
realizada de forma coletiva permitem a criação da Zona de Desenvolvimento
Iminente (ZDI), onde os jogos e brincadeiras se constituem em elementos
fundamentais para este processo de ensino e aprendizagem na infância. Portanto,
mesmo em tempos de pandemia, sem as aulas presenciais em escolas ou creches, é
possível a promoção do desenvolvimento e da aprendizagem infantil, onde o outro
que brinca com a criança pode também ser o pai, a mãe, irmãos, ou seja, todos
os indivíduos do seu lar ou mesmo grupo familiar. Vemos assim que as aulas presenciais
nas escolas poderão ser postergadas até que se garanta completa segurança para
o retorno das crianças, sendo substituídas por atividades lúdicas em casa e
junto com os familiares. A atual pressão obstinada pelo retorno imediato à
aulas presenciais por determinados grupos, visam apenas atender aos interesses
de empresas da área educacional e também de donos de escolas particulares que
colocam os lucros acima da vida dos alunos. Assistimos atualmente em pleno
ápice da pandemia, a tentativa insana da imposição de uma normalidade
impossível, e o funcionamento das escolas na forma presencial, visam apenas a
criação deste falso normal para a manutenção e continuidade da reprodução do
capital, ao custo da saúde e da vida dos trabalhadores e dos filhos dos
trabalhadores, caracterizando assim um verdadeiro extermínio de classe.
Evidencia-se assim a urgência na superação deste atual modelo de mundo pautado
na exploração, na exclusão, no individualismo e na destruição da natureza.
Bibliografia Consultada
ARROYO, J. Colocar 20
crianças numa sala de aula implica em 808 contatos cruzados em dois dias,
alerta universidade. Jornal EL PAÍS, jun. 2020. Disponível em: < https://brasil.elpais.com/sociedade/2020-06-17/colocar-20-criancas-numa-sala-de-aula-implica-em-808-contatos-cruzados-em-dois-dias-alerta-universidade.html>.
Acesso em:03/02/21.
MARTINS, H. Censo aponta que escolas públicas ainda têm deficiências de
infraestrutura. Agência Brasil EBC, 2018. Disponível em: < https://agenciabrasil.ebc.com.br/educacao/noticia/2018-01/censo-aponta-que-escolas-publicas-ainda-tem-deficiencias-de-infraestrutura>.
Acesso em: 03/02/21.
OBSERVATÓRIO
COVID-19 BR. Experiência
internacional na reabertura de escolas e situação no Brasil: porque não podemos
fazer comparações diretas.Set, 2020. Disponível em: < https://covid19br.github.io/analises.html?aba=aba12#>.
Acesso em: 03/02/21.
ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DA SAÚDE
(OPAS). Reabertura segura das escolas deve ser prioridade, alertam
UNICEF, UNESCO e OPAS/OMS. Set, 2020. Disponível em: < https://www.paho.org/bra/index.php?option=com_content&view=article&id=6283:reabertura-segura-das-escolas-deve-ser-prioridade-alertam-unicef-unesco-e-opas-oms&Itemid=812>.
Acesso em: 03/02/21
TOKARNIA, M. Quase metade das escolas não tem todos os itens de
saneamento básico. Agência Brasil EBC, 2020. Disponível em: < https://agenciabrasil.ebc.com.br/educacao/noticia/2020-06/quase-metade-das-escolas-nao-tem-todos-os-itens-de-saneamento-basico>.
Acesso em: 03/02/21.
VYGOTSKY, L.S. A
Formação Social da Mente: o desenvolvimento dos processos psicológicos
superiores. São Paulo: Martins Fontes, 1998.
ZANELLA, A.V.; ANDRADA, E.G.C.
Processos de Significação no Brincar: Problematizando a constituição do
sujeito. Psicologia em Estudo, Maringá, v.07, n.02, p.127-133,
jul/dez. 2002.
LEITURA REALIZADA
ResponderExcluirO texto chama a atenção para o início das aulas de forma presencial no momento atual de pandemia. Sim, estamos ainda vivendo a pandemia, não acabou, o vírus circula de modo ativo, talvez mais ativo do que antes, uma vez que se trata de uma nova variante mais contagiosa (Ômicron). Mesmo assim, as escolas foram reabertas. Nesse sentido, o texto mostra com dados que em relação às condições atuais das escolas no Brasil em tempos de pandemia, apenas 46,7% possuem saneamento básico, ou seja, mais da metade das escolas do país não possui tratamento de esgoto, água encanada ou coleta de resíduos sólidos. Dentro desta pesquisa apenas 30% possuem áreas verdes, quadras e áreas de lazer (TOKARNIA, 2020 apud COELHO, 2022). A partir desta pesquisa constatamos que as escolas não possuem arquitetura adequada para receber os alunos.
Sabemos da importância das escolas no desenvolvimento e na aprendizagem dos alunos. Porém, sabemos também que não é o melhor momento para voltar às aulas presenciais. O texto diz que a retomada das atividades escolares presenciais é recomendada quando o índice de transmissão estiver abaixo de 50 casos positivos de covid por dia para cada um milhão de habitantes. Infelizmente, estamos longe desse índice, uma vez que cidades com população pequena enfrentam altos índices de casos.
O isolamento social afeta drasticamente o desenvolvimento motor, cognitivo e social de crianças e adolescentes. Nesse sentido, o texto é preciso quando coloca como assunto "o que fazer com as crianças dentro de casa com o fechamento das escolas? Como promover o desenvolvimento infantil?" A sugestão é criar atividades lúdicas e motoras em casa juntamente com os familiares a fim de amenizar os danos provocados pelo isolamento. Obviamente que nada substitui as interações sociais entre as crianças e adolescentes.
(NILO AUGUSTO)
O texto nos permite analisar a situação em que nos encontramos, voltando a subir as casos de contaminados e consequentemente o numero de mortos, muitas instituições estão no processo de volta as aulas, principalmente de crianças que ainda são poucas vacinadas. Escolas, colégios e berçarios se encontram com deficit de funcionários e professores devido a contaminação pelo covid-19 ou até mesmo pela nova gripe H3n2 que possui sintomas parecidos podendo confundir até mesmo o diagnostico, levando em conta também a estrutura em que essas instituições se encontram para receber seus alunos e funcionários . A nova variante altamente contagiosa, mostra que a pandemia ainda não tem um fim, com data marcada.
ResponderExcluirGrazyelle Costa
Leitura realizada!
ResponderExcluirO texto nos possibilita analisar a retorno das aulas presenciais no início do ano de 2022 no momento pandêmico. Uma vez, que o cenário não se encontra favorável para a abertura e a volta 100% presencial dos alunos. Fato este se deu, pelo advento de uma nova cepa da Covid-19 que assola o país mais uma vez, a variante Ômicron, fazendo todas as instituições de ensino repensar se o contexto atual é benéfico para o retorno das aulas. Muitas instituições repensaram que o melhor era adiar a volta as aulas, já outras não, devido a pressões de empresários e governantes irresponsáveis. Isso chama atenção para decisões errôneas e irresponsáveis pelo momento no qual se encontra o país, pois, as escolas que retomam são justamente as que não possuem condições, em que a realidade escolar de encontra numa situação precária, quem dirá que conseguirá implementar protocolos de biossegurança? Nem se quer tais escolas possuem água potável, banheiros adequados, espaços abertos, área verdes. Além do mais, a maioria dos estudantes que retornam para o presencial são crianças e adolescentes, tornando mais um fator preocupante, pois, os mesmos não conseguirão manter as medidas preventivas contra o vírus, assim o espaço escolar torna-se um grande local com potencial aumento de surtos e de contágio pelo novo coronavírus na sociedade.
Com tudo, faz-se a seguinte reflexão: será que a escola neste contexto favorecerá o ensino-aprendizagem, o desenvolvimento, a interação e a socialização das crianças ou favorecerá um colapso no espaço educacional (Contaminação em massa de professores e para suprir o ensino realiza o famoso “tapa buraco” que sobrecarrega outros professores para suprir as faltas dos outros, que aliás, isso já vem acontecendo com essa volta), colapso na saúde... Por fim, as escolas devem criar estratégias didáticas pedagógicas para que mesmo num ensino remoto influencie e possibilite o desenvolvimento das crianças com seus pares, pois, a reabertura agrava mais a situação podendo acarretar um quadro imprevisível, de agravos futuros e até a morte. Ademais, é necessário se atentar, pois, agora que as crianças estão começando a se imunizar.
(Katianny Santana)
Ômicron: Escolas abertas e crianças em perigo:
ResponderExcluirAtualmente no Brasil, o número de morte devido a pandemia é de 622 mil, e com esta nova mutação do vírus Sars-Cov-2, denominada Ômicron, a pandemia ainda se encontra totalmente fora de controle, principalmente um tema que vem sendo bastante debatido é a questão do retorno das aulas presenciais nas escolas. Pois a transmissibilidade é dez vezes maior que as cepas anteriores trazendo um risco maior para a população não vacinada, nesse caso as crianças.
Algumas escolas adaptaram para a voltar às aulas presenciais, mas que tiveram que voltar novamente ao sistema remoto devido o número de morte de crianças pela Ômicron. Para que as aulas retornem ao presencial tanto em creches, escolas e também nas universidades é necessário se pensar no controle da pandemia e principalmente nos métodos de biosegurança, para com os alunos, professores, e principalmente as crianças não vacinadas e seus familiares.
O retorno das aulas presencial é uma temática que precisa ser discutida e debatida. O ensino presencial é muito importante principalmente para estarem no ambiente escolar e garantido um aprendizado melhor, mas no contexto pandêmico, que está totalmente fora de controle e mesmo com a vacinação, vem afetando as crianças e por isso é necessário pensar no ensino e no mais importante na saúde.
Universidade Estadual de Goiás UEG Campus eseffego
DISCENTE: WEVERTON FERREIRA SILVA
DOCENTES:: RENATO COELHO/ GABRIELA VIRGINIA
Leitura realizada!
ResponderExcluirO texto realiza um paralelo de análise entre o atual momento de pandemia na sociedade e os impactos que a propagação do contágio vem causando nos circulos sociais da população, podemos perceber que a variante Ômicron surge como um agravante na proporção de infectados, além de aumentar o número de óbitos. As instituições de ensino no Brasil vem apresentando uma notável precariedade observada através de pesquisas que fazem levantamentos sobre a condição estrutural das escolas, a partir disso podemos chegar a uma clara conclusão: devemos ficar em alerta quanto a esses espaços que não possuem dependências dentro dos padrões sanitários ideais para serem frequentados. A educação é um instrumento valioso na transformação do mundo, porém não devemos colocar vidas em risco adiantando o retorno das aulas presenciais, o momento não é adequado, portanto é necessário ter ciência dos perigos para não contribuir na disseminação desse vírus e sobretudo preservar a nossa saúde. A alternativa mais cabível mediante ao presente momento seria optar por atividades que visem estimular as práticas físicas de forma remota, haja vista que o diálogo entre necessidades do ensino e necessidade da saúde é indisponível na hora de repensar as propostas pedagógicas. Sendo assim é ideal que a comunidade escolar trabalhe dentro das possibilidades e dos limites de interação entre aluno e professor.
(Mikael Mendonça)
O texto descreve bem a relação das crianças com a escola e o processo causado devido a pandemia
ResponderExcluirÔmicron: Escolas abertas e crianças em perigo:
Escolas voltam a funcionar mesmo com a situação atual encontrada, crianças vão para a sala de aula, professores também entram no processo de retorno, e assim de modo geral todos ficam expostos ao covid, correndo o período de voltarem para casa com o vírus, compreendo que crianças são afetadas com as escolas fechadas e isso pode mudar o futuro de cada um, porém devemos estar abertos a questão que hoje em dia temos novas formas de inserir o conhecimento.
Professores São inclusos nesse novo método de avaliação, dando assim uma nova chance ao sistema educacional, compreendo que a educação é muito importante, portanto devemos perceber que com tudo isso, como exemplo a volta presencial estaremos correndo grandes riscos, riscos de contaminação do aluno, da família dele, do professor e de todos ao fim do processo de proliferação em alta escala.
Portanto, precisamos estar cientes que por mais que seja bom o retorno presencial das crianças, podemos pagar um preço alto no fim de tudo isso.
Elivan Silva.
Leitura realizada
ResponderExcluirA volta das aulas presenciais em meio a elevação de casos de Covid 19 é algo preocupante. O Brasil volta a registrar números assustadores referente a média móvel de mortes.
Escolas abertas, eventos com grandes aglomerações, a falta de fiscalização e a flexibilização de decretos é um dos fatores que vem aumentando a propagação de casos.
Podemos notar que a vacinação para as crianças começou a pouco tempo, e mesmo assim há uma baixa procura nessa faixa etária, desse modo nos preocupa a medida em que a volta pra sala de aula sabemos que são várias crianças e adolescentes enclausurados dentro de uma sala onde em alguns lugares a infraestrutura é um dos problemas.
A aproximação entre esses jovens, o descontrole do uso da máscara, a falta da vacina é algo a se preocupar e ser colocado em pauta, pois temos variantes e subvariantes circulando pelo Brasil.
Não sabemos até quando a vacina irá conseguir abarcar todas essas variações e se irá conseguir, ou terá que ser desenvolvida uma nova vacina.
Até quando a imprudência se prosseguirá?
Até quando milhares de pessoas vão morrer?
Em conclusão, sabemos que a educação não pode parar, porém precisamos estar em alertas e cientes de que o retorno presencial não é a melhor saída.
Leitura realizada
ResponderExcluirEm análise ao texto lido vemos a importância da vacinação, entender todos contexto da sua proteção ela para mim tem que ser obrigatório e não opcional ja que os mesmos que não tomou vacina são os que vão prejudicar o já imunizado, pois o vírus ainda ainda circulando pode ter novas variantes. No texto já tratando do contexto das crianças vemos que elas são as mais afetadas por esse processo de não vacinação em reflexão as perdas de sua infância tais com primeiras amizades, tais como educação básica escrever ler e etc... todos essas etapas vão ser prejudicadas pelo covid-19 ate então a única forma de tentar amenizar essas perdas seria uma imunização mais rápida possível pois essa doença está prejudicando muito as crianças principalmente as que não tem condições financeira “boa”. A educação brasileira não tem muito investimento por isso é muito precipitado voltar as aulas agora pois as maioria das escolas não tem o básico de um saneamento muito menos espaços arejados com o protocolo para voltar a uma aula presencial. Então nas barras de contágio da para a gente ter uma noção do quanto as crianças correm risco não só delas pegar um vírus sem a vacina mas também de passar para o seus pais pois é um contexto muito amplo de contato que as crianças tem, por isso a melhor forma de tentar amenizar tal contexto seriam inverter mais nessa volta, e não já retomá-la de forma precipitada.
RONALDO TOLEDO DA SILVA FILHO
No atual momento da pandemia no Brasil quando a pandemia ainda se encontra totalmente fora de controle, um tema vem novamente ao debate: o retorno das aulas presenciais nas escolas do país. Sabe-se, no entanto, que a retomada das aulas presenciais, sejam em escolas, creches ou universidades depende exclusivamente do controle da pandemia no país, a fim de garantir a segurança do convívio entre alunos, professores e todos os familiares envolvidos. O retorno das aulas presenciais deve estar correlacionado ao controle eficaz da pandemia, porém, não é o que se observa atualmente no país, ao contrário, observamos uma obsessão pelo retorno imediato das aulas presenciais nas escolas brasileiras e pelas flexibilizações das regras de isolamento social, pressão essa reproduzida pelos secretários municipais e estaduais de educação, e cuja origem reside nos interesses comerciais e financeiros dos grandes proprietários de escolas privadas, que tiveram seus lucros subtraídos com a pandemia. Atualmente as crianças estão sendo uma das maiores vítimas da pandemia da Covid-19 em todo o mundo. Neste momento tão complexo, difícil e delicado, sugerimos alternativas para a promoção de um estilo de vida mais saudável e humanizado para as crianças durante a pandemia. Ainda que as crianças estejam em aulas remotas e sem aulas presencias, é possível criar uma rotina saudável, lúdica e humanizada para as crianças que e o resgate dos elementos lúdicos através de atividades de jogos e de brincadeiras é de fundamental importância para o desenvolvimento pleno das crianças. O brincar é essencial para o desenvolvimento e para a vida da criança. A sociabilidade e a aprendizagem realizada de forma coletiva permitem a criação da Zona de Desenvolvimento Iminente (ZDI), onde os jogos e brincadeiras se constituem em elementos fundamentais para este processo de ensino e aprendizagem na infância.
ResponderExcluirYuri Fernandes
leitura Realizada!
ResponderExcluirO imediatismo de uma faixa da população brasileira nos leva a pensar o porquê tanta pressa para um retorno das aulas presenciais, devemos entender esse imediatismo se dar muito por parte da educação privada que por estar em uma forma de ensino não presencial teve sua renda diminuída consideravelmente, com isto a volta das aulas presenciais se torna algo almejado por proprietários e pessoas ligadas ao ensino privado. Entretanto estamos numa onda onde o nível de contagio é ainda maior que no início da pandemia, mas com a vacina a taxa de letalidade caiu em grande número.
Ou seja, o retorno das aulas de forma presencial é algo muito preocupante, pois a taxa de transmissão da variante Ômicron e maior que as anteriores e os alunos não estão totalmente imunizados, alguns alunos ainda não tomaram a vacina e os vacinados estão apenas com a primeira dose da imunização.
Tendo em vista que as crianças deveriam estar em isolamento social para evitar o contagio com a variante se faz necessário o questionamento “Como promover o desenvolvimento infantil?” a melhor maneira seria com a promoção de atividades lúdicas também motoras com os familiares, o que minimizaria o dano acarretado pela pandemia.
Enoskaryton Dias Rocha de Santana Siva