Atividade 2 (abril 2024)
Atividade de Natação
Realizar pesquisa/trabalho sobre o Nado Crawl e Nado de Costas:
Descrever todos os princípios e movimentos dos Nados:
- Histórico do Nado (surgimento);
- Posição Inicial do nado;
- Braçada;
- Respiração;
- Rolamento;
- Pernada;
- Nado Completo (sincronização dos movimentos).
Entrega: dia 19-04-2024 (sexta-feira)
Enviar por e-mail ou entregar pessoalmente durante a aula (renato.coelho@ueg.br)
Atividade 02- Natação 2024
Realizar uma pesquisa bibliográfica e construir um trabalho escrito (manuscrito ou digitado) sobre o tema "Adaptação ao Meio Líquido", descrevendo os conceitos, os fundamentos, princípios e as ações a serem efetuadas pelo professor de natação durante o período de introdução dos alunos ao meio aquático, ou seja, durante as primeiras aulas de ensino da natação.
data de entrega: 20-03-2024 (quarta-feira)
Entregar pessoalmente durante a aula de natação ou enviar pelo e-mail: renato.coelho@ueg.br
SUGESTÃO PARA A PESQUISA:
(livros da biblioteca ou nos e-books deste blog)
A INFÂNCIA NO CONTEXTO DE “PÓS-PANDEMIA”: ESTRATÉGIAS E PRÁTICAS DE ENSINO PARA O DESENVOLVIMENTO DE ASPECTOS MOTORES, COGNITIVOS E SOCIOAFETIVOS
A INFÂNCIA NO CONTEXTO DE
“PÓS-PANDEMIA”: ESTRATÉGIAS E
PRÁTICAS DE ENSINO
PARA O DESENVOLVIMENTO DE ASPECTOS MOTORES, COGNITIVOS E SOCIOAFETIVOS [1]
Renato Coelho[1]
https://www.even3.com.
Resumo
Sabemos que a fase mais aguda da pandemia
de Covi-19 já passou, as importantes e imprescindíveis medidas de prevenção
adotadas, tais como o isolamento social, o distanciamento entre pessoas, e
todos as demais regras sanitárias e protocolos de biossegurança, tiveram e
ainda tem relevância no combate à proliferação da covid-19, assim como também
contribuíram eficazmente para salvar milhões de vidas humanas ao redor do
planeta. Porém, em tal contexto de pandemia, que marca este início do século
XXI, as restrições à mobilidade humana, os obstáculos ao pleno convívio social,
que foram impostas à sociedade em geral, e acrescido a estes fatores, o grande aumento da pobreza e das
desigualdades sociais, trouxeram várias consequências econômicas, sociais e
sobretudo no que tange à saúde das
pessoas, e principalmente na saúde das crianças e de suas famílias, que
sofreram impactos psicológicos e também a nível do desenvolvimento de suas capacidades
motoras. Pesquisas recentes realizadas pela Universidade Federal de Minas
Gerais (UFMG, 2022), com 560 bebês nascidos durante a pandemia da Covid-19,
apontaram alta prevalência do número de casos suspeitos de atraso no
desenvolvimento infantil, decorrentes sobretudo do estresse social e das
restrições sanitárias ocorridas durante a pandemia de Covid-19 no Brasil. Sendo
assim, mesmo sabendo que a pandemia não acabou, e neste momento atual de
amortecimento e diminuição das transmissões virais, e na volta das atividades
presenciais, através do projeto de extensão LABBRINC, foi possível resgatar e
promover vivências e práticas corporais em natação e também em jogos
tradicionais, para as crianças que sofreram e ainda sofrem as consequências da
pandemia. Foram elaboradas estratégias de ensino, que permitiram o
desenvolvimento infantil em seus aspectos motores, cognitivos e socioafetivos e
dentro de um contexto lúdico. As intervenções pedagógicas realizadas permitiram
resgatar o protagonismo das crianças em práticas corporais relevantes e
vivências em atividades lúdicas através de conteúdos em jogos tradicionais e em
natação infantil, que pôde promover de forma satisfatória, através de
estratégias de ensino embasadas na Teoria Histórico Cultural, a superação de
atrasos no desenvolvimento motor, e ainda avanços significativos nos aspectos
cognitivos e socioafetivos.
Palavras-chave
– Educação; Infância; Lúdico; Pandemia; Vigotski.
INTRODUÇÃO
Pesquisas realizadas pela UFMG, com 560
bebês nascidos durante a pandemia da Covid-
19, apontaram alta prevalência do número de casos suspeitos
de atraso no desenvolvimento infantil. Os estudos demonstraram que 22% dos
bebês apresentaram suspeita de atraso no desenvolvimento global (cognitivo e
motor), e 52% das crianças apresentaram algum tipo de problema de
comportamento, como irritabilidade e inflexibilidade (UFMG, 2022). A partir destes dados, foi importante o foco
na construção de instrumentos didáticos e de estratégias pedagógicas capazes de
promover o desenvolvimento infantil e que, ao mesmo tempo, pudesse servir de
mecanismo de intervenção para a superação das limitações socioafetivas,
déficits cognitivos e atrasos motores,
observados em crianças, a partir do retorno das aulas presenciais no ano de
2022, matriculadas no projeto de extensão Laboratório de Esportes, Jogos e
Brincadeiras – LABBRINC, da Universidade Estadual de Goiás na cidade de
Goiânia. Tais atrasos no desenvolvimento foram provocados pelo longo e
estressante período de isolamento social em que foram submetidas as crianças e
seus familiares durante o auge da pandemia de coronavírus no Brasil. Sendo
assim, foi adotada a Teoria Histórico Cultural de Vigotski, como instrumento
pedagógico de intervenção nas aulas de jogos tradicionais e em natação
infantil, visando o desenvolvimento cognitivo, motor e socioafetivo das
crianças matriculadas no projeto de extensão.
O enfoque Histórico-Cultural se fundamenta essencialmente
no fato de que o desenvolvimento psicológico humano é um processo complexo,
cujas origens se encontram nas condições e organizações do contexto social e
cultural, construídas ao longo das vivências do indivíduo. A análise
histórico-cultural elaborada por Vigotski foi altamente influenciada pelas
concepções do materialismo histórico dialético de Marx e Engels, de onde ele
extraiu os conceitos sobre atividade, mediação semiótica e a ideia central de
que o ser social determina a consciência social. No projeto LABBRINC, as aulas
e todas as atividades são planejadas dentro do referencial teórico da Teoria
Histórico Cultural.
Vigotski considerava ainda a dupla
dimensão do ser humano, sujeito e sujeitado, dando grande importância à
participação do outro no processo de significação e constituição do sujeito,
sem negar a efetiva participação do Eu, social e historicamente produzido.
(ZANELLA e ANDRADA, 2002, p.127).
O contexto histórico dos escritos de Vigotski, início do
séc. XX, era representado por uma realidade de revolução social, miséria,
guerra civil e opressão. Vigotski, mesmo acometido de tuberculose, passa a
trabalhar até o fim de sua vida praticamente na organização de escolas para
crianças surdas, cegas, com problemas mentais e com transtornos de linguagem.
Vigotski lutou durante toda a vida para mudar todo o paradigma de sua época, ao
explicar que o psíquico humano não era apenas algo inerente ao desenvolvimento
biológico, era na verdade uma realidade complexa e dinâmica entre o biológico,
o social e o cultural.
Vygotski esclarece que o
desenvolvimento é um processo dialético, marcado por etapas qualitativamente
diferentes determinadas pela atividade mediada, justamente o que o promove. Via
atividade, o homem (entendido enquanto sujeito genérico) é capaz de transformar
sua própria história e a história da humanidade, posto que por seu intermédio
transforma o contexto social em que se insere e ao mesmo tempo se transforma.
(ZANELLA E ANDRADA, 2002, p.128)
Para Vigotski, o desenvolvimento dos processos psicológicos
superiores, não são idênticos, nem redutíveis aos fatores que explicam os
processos psicológicos elementares, com os quais estão relacionados os
processos de desenvolvimento natural. Os processos psicológicos superiores se
firmam a partir da participação dos sujeitos em atividades sociais valendo-se
de instrumentos de mediação. (VIGOTSKI, 2003b,
p.78)
O ensino, segundo Vigotski, deve servir então como elemento
inerente aos processos de desenvolvimento da criança. E é durante tal
desenvolvimento dessas relações organizadas, que evoluem as funções psíquicas
superiores da criança. A partir da compreensão de que o bom ensino deve operar
sobre as conquistas de desenvolvimento ainda em aquisição e adquiridas com
auxílio do outro, surge o conceito desenvolvido por Vigotski, denominado Zona
de Desenvolvimento Iminente (ZDI):
A Zona de Desenvolvimento Iminente é
a distância entre o nível de desenvolvimento atual da criança, que é definido
com a ajuda de questões que a criança resolve sozinha, e o nível de
desenvolvimento possível da criança, que é definido com a ajuda de problemas
que a criança resolve sob orientação dos adultos e em colaboração com
companheiros mais inteligentes. (VIGOTSKI apud PRESTES 2010, p. 173)
Este é um dos conceitos centrais da teoria de Vigotski, é a
chamada Zona de Desenvolvimento Iminente, que é a distância que existe entre o
que a criança sabe fazer sozinha e o que pode fazer com a ajuda do outro. Para
Vigotski, a Zona de Desenvolvimento Iminente representa as funções ainda não
amadurecidas da criança, ou seja, as funções psicológicas superiores que se
encontram hoje em estágio embrionário, que estão hoje em processo de
amadurecimento, mas que amanhã estarão totalmente amadurecidas.
A criança tornar-se-á capaz de
realizar de forma independente, amanhã, aquilo que, hoje, ela sabe fazer com a
colaboração e a orientação. Isso significa que, quando verificamos as
possibilidades da criança ao longo de um trabalho em colaboração, determinamos
com isso também o campo das funções intelectuais em amadurecimento; as funções
que estão em estágio iminente de desenvolvimento devem dar frutos e,
consequentemente transferirem-se para o nível de desenvolvimento mental real da
criança. (VIGOTSKI apud PRESTES 2010, p.174)
Alguns autores costumam erroneamente chamar esta distância
do nível evolutivo da criança de Zona de Desenvolvimento Proximal (ZDP), em
virtude das traduções equivocadas das obras de Vigotski para a língua
portuguesa.
Portanto, defendemos que a tradução
que mais se aproxima do termo é zona de desenvolvimento iminente, pois sua
característica essencial é a das possibilidades de desenvolvimento, mais do que
do imediatismo e da obrigatoriedade de ocorrência, pois, se a criança não tiver
a possibilidade de contar com a colaboração de outra pessoa em determinados
períodos de sua vida, poderá não amadurecer certas funções intelectuais e,
mesmo tendo essa pessoa, isso não garante, por si só, o seu amadurecimento.
(PRESTES, 2010, p. 168)
As aulas, quando inseridas dentro da Zona de
Desenvolvimento Iminente (ZDI), permitem trabalhar sobre as funções ainda em
desenvolvimento, que não foram plenamente consolidadas, criando uma estreita
conexão entre aprendizagem e desenvolvimento, contribuindo para a formulação de
indicadores didáticos e avaliativos para o desenvolvimento infantil, quando
favorecido pela construção de um cenário de aula que considere o contexto
sócio-histórico dos alunos.
Parece-me que, do ponto de vista do
desenvolvimento, a brincadeira não é uma forma predominante de atividade, mas,
em certo sentido, é a linha principal do desenvolvimento na idade pré-escolar.
(VIGOTSKI, 2008, p.24)
As teorias de Vigotski se tornam
fundamentais para a compreensão e o resgate do valor e importância do jogo e
das brincadeiras. A contribuição principal de Vigotski sobre o jogo ou a
brincadeira infantil, é a sua valorização, acrescida pela estreita relação que
este autor estabelece entre o jogo e a aprendizagem.
Uma das situações que se apresentam
como importantes para a análise do processo de constituição do sujeito é a
brincadeira infantil. Rompendo com a visão tradicional de que a brincadeira é a
atividade natural de satisfação de instintos infantis, Vygotski apresenta o
brincar como atividade em que tanto significados sociais e historicamente
produzidos são veiculados quanto novos podem ali emergir. (ZANELLA e ANDRADA,
2002, p.128).
As ações lúdicas no jogo possibilitam a criação da Zona de
Desenvolvimento Iminente (ZDI), onde o
ambiente social repleto de cooperações e interações coletivas, são capazes de
promover ainda a internalização e apropriação de saberes, criando aprendizagens
significativas, que conduzem ao o pleno desenvolvimento das capacidades
motoras, cognitivas e socioafetivas de
forma plena.
A Zona de Desenvolvimento Iminente é
a distância entre o nível de desenvolvimento atual da criança, que é definido
com a ajuda de questões que a criança resolve sozinha, e o nível de
desenvolvimento possível da criança, que é definido com a ajuda de problemas
que a criança resolve sob orientação dos adultos e em colaboração com
companheiros mais inteligentes. (VIGOTSKI apud PRESTES 2010, p. 173)
Logo, o brincar da
criança passa a ser uma transformação criadora, ela também tem a possibilidade
de interagir e de criar, transformando-se em sujeito e em produtor de cultura
humana. Dentro do jogo, resgata-se na criança sua posição de sujeito histórico
e social, pois ela é capaz de criar e de interagir com o outro, ela imagina e
age, se apropria da cultura e dos códigos sociais através do brincar, ela
participa ativamente como sujeito histórico e como protagonista no processo
lúdico.
É disso que surge a brincadeira, que
deve ser sempre entendida como uma realização imaginária e ilusória de desejos
irrealizáveis, diante da pergunta "por que a criança brinca?". A
imaginação é o novo que está ausente na consciência da criança na primeira
infância, absolutamente ausente nos animais, e representa uma forma
especificamente humana de atividade da consciência; e, como todas as funções da
consciência, forma-se originalmente na ação. (VIGOTSKI, 2008, p.25)
Portanto, os jogos e brincadeiras possuem papel fundamental
para a formação da plasticidade cerebral através de processos criativos, que
irão transformar qualitativamente as funções cerebrais e provocar o
desenvolvimento. As atividades lúdicas do brincar, quando realizadas de forma
coletiva e constituídas de sentido e de significados, possibilitam a criação da
Zona de Desenvolvimento Iminente no ambiente educacional, que por sua vez,
promove um ensino de qualidade, que é capaz de guiar o desenvolvimento infantil.
Qualquer função psicológica superior
no processo de desenvolvimento infantil se manifesta duas vezes, primeiramente
como função da conduta coletiva, como a organização da colaboração da criança
com as pessoas que a rodeiam; depois, como uma função individual da conduta,
como uma capacidade interior da atividade do processo psicológico. (VIGOTSKI 1997, p.109)
A sistematização de aulas alicerçadas dentro da chamada
Teoria Histórico Cultural de Vigotski, permitiu a criação de importantes
instrumentos pedagógicos e de estratégia de ensino pautadas em um ensino, cuja
ênfase se deu sempre na promoção de interações e intercâmbios entre os alunos,
construção de atividades cooperativas entre alunos-alunos e
alunos-professores(monitores), elaboração de atividades em ambientes lúdicos.
Todos estes conceitos e instrumentos da teoria de Vigotski, nos auxiliaram na
construção de instrumentos pedagógicos e de estratégias para o planejamento das
aulas em vivências de práticas corporais aquáticas e em jogos e brincadeiras
tradicionais para as crianças matriculadas no projeto de extensão LABBRINC da
Universidade Estadual de Goiás. Estas estratégias pedagógicas e instrumentos
educacionais, nas aulas de natação infantil e em jogos e brincadeiras, pautadas
na Teoria Histórico Cultural de Vigotski, ajudaram a criar um ambiente
favorável de aprendizagem, onde as crianças, que outrora adquiriram atrasos no
desenvolvimento motor e limitações cognitivas e socioafetivas, devido ao
embotamento social provocado pelo prolongado período de restrições de
mobilidade e de regras sanitárias na pandemia, puderam de forma plena e
satisfatória superar todas as limitações e atrasos advindos deste período,
adquirindo novas habilidades, conceitos e saberes no âmbito das práticas
corporais, com conteúdos relevantes que envolveram as vivências em natação
infantil e em jogos e brincadeiras
tradicionais.
METODOLOGIA / PERCURSO DIDÁTICO
PEDAGÓGICO
O projeto de extensão LABBRINC foi criado para atender a
comunidade infantil de Goiânia, com o objetivo de resgatar a cultura lúdica
através de vivências em atividades de natação, jogos e brincadeiras
tradicionais. Tem também como finalidade auxiliar na formação de alunos dos
cursos de Educação Física e Fisioterapia da UEG - Unidade ESEFFEGO, em
Goiânia.
As ações extensionistas do projeto LABBRINC objetivam
promover a interação entre a universidade e a comunidade externa através de
atividades lúdicas oferecidas a crianças entre 05 a 12 anos de idade, com
execução de ações dentro da chamada cultura corporal, cujos conteúdos são os
jogos, as brincadeiras, os esportes e também a natação. Estas práticas
corporais são atualmente oferecidas de forma pública e gratuita pela
Universidade Estadual de Goiás, e são realizadas semanalmente dentro da
Faculdade do Esporte, Unidade ESEFFEGO (Centro de Excelência dos Esportes) e
vinculado à UEG, localizada na cidade de Goiânia, Goiás. As atividades lúdicas,
constituem-se num dos eixos mais importantes deste projeto, pois abarca o
período da infância onde as ações ligadas ao brincar formam a atividade
principal desta fase humana, promovendo as mais diversas e diferentes formas de
desenvolvimento na criança. Todas as aulas foram planejadas de forma
sistematizada e executadas, de forma semanal, com conteúdos vinculados à natação
infantil e também em jogos e brincadeiras tradicionais. As aulas são ofertadas
quatro vezes por semana, com duração de uma hora cada aula. As atividades são
ministradas por monitores, que são estudantes da graduação dos cursos de
Educação Física e de Fisioterapia, sendo
supervisionadas e orientadas pelo coordenador do projeto. Os princípios
metodológicos são construídos segundo a Teoria Histórico Cultural, e pautados no conceito da chamada Zona de
Desenvolvimento Iminente (ZDI) para o contexto das aulas. A construção das
aulas de natação infantil, por exemplo, é realizada através de conteúdos
lúdicos que auxiliam as crianças no chamado processo de adaptação ao meio
líquido. Através de brincadeiras tradicionais em meio aquático, constrói-se um
contexto lúdico que fornece sentidos e significados aos movimentos e às
práticas corporais em meio aquático. Neste ambiente lúdico, a criança se
apropria de forma coletiva, cooperativa e prazerosa, com a ajuda dos colegas e
dos professores, dos fundamentos e conceitos básicos da natação, tais como a
flutuação, o equilíbrio, a respiração, o palmateio, a inversão e a propulsão
(braçadas e pernadas).
As aulas foram construídas dentro de um contexto lúdico,
onde as crianças aprenderam os fundamentos básicos do nadar, através do
brincar. As brincadeiras foram adaptadas ao meio líquido, geralmente
brincadeiras tradicionais ou jogos populares foram realizados dentro do
ambiente aquático, onde foram efetuadas certas mudanças nas regras, que
permitiram a introdução do brincar dentro da água, como por exemplo, a inclusão
das brincadeiras tradicionais “Elefante
Colorido”, “Caça ao Tesouro”, “O Rei Mandou” e etc. O planejamento semanal das
aulas foi realizado com base na chamada Teoria Histórico Cultural, buscando
sempre a sistematização de aulas capazes de potencializar a criação da Zona de
Desenvolvimento Iminente (ZDI), através do estímulo das interações e relações
entre aluno-aluno e aluno-professor. Através do brincar, os alunos se
apropriaram dos conhecimentos da cultura corporal aquática, dos conceitos, e de
todos os saberes relevantes para um deslocamento autônomo e independente na
água. Na intenção de superar o modelo
técnico do ensino da natação infantil, consideramos neste projeto o brincar
como sendo a atividade mais importante da infância, por promover o
desenvolvimento das chamadas funções cognitivas, motoras e socioafetivas das
crianças, e ainda por facilitar na criação de estratégias pedagógicas de
aprendizagem na infância.
Destaca-se ainda, que projeto extensionista LABBRINC,
também teve as suas atividades presenciais suspensas no período mais crítico da
pandemia, entre os anos de 2020 e 2021, funcionando de forma apenas virtual
neste período, porém, a partir do ano de 2022, houve o retorno das atividades
presenciais e com o resgate das vivências infantis, com conteúdos importantes e
relevantes para o desenvolvimento das crianças, tais como os jogos, as
brincadeiras tradicionais e a natação infantil. A relevância deste projeto, se
tornou ainda maior no atual contexto de “pós-pandemia”, contribuindo de forma
eficaz para a superação de limitações, atrasos e déficits de desenvolvimento
infantil, oriundos do contexto de pandemia. A atividade mais importante na
infância é o brincar, onde as atividades lúdicas ocupam papel fundamental para
o desenvolvimento pleno e integral das crianças, nos aspectos que abrangem o
cognitivo, o emocional, o social, o psicológico, o motor e o cultural na
infância.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Durante o período mais crítico da pandemia de Covid-19, o
projeto LABBRINC funcionou de forma virtual durante mais de dois anos,
respeitando todos os protocolos sanitários, e com o retorno ao ensino
presencial ocorrendo somente no ano de 2022, sendo que várias crianças
retornaram ao projeto e muitas outras crianças novatas também se matricularam
para as aulas de jogos e de natação infantil. No total houve a participação de
60 crianças matriculadas, e divididas nas turmas de natação infantil e em jogos
e brincadeiras tradicionais. As aulas de natação envolveram, em sua maioria,
alunos iniciantes, que foram incluídos nas denominadas turmas de iniciação à
natação. Na turma de natação, foram ministrados conteúdos básicos do nadar,
tais como a flutuação, o equilíbrio, o palmateio, a inversão, a respiração, a
apneia e a propulsão (braçadas e pernadas). Sendo assim, observamos no projeto
LABBRINC, que no retorno de algumas crianças às práticas corporais em natação e
em jogos e brincadeiras tradicionais, após o auge da pandemia de Covid-19, muitas
delas apresentaram inicialmente uma grande dificuldade em realizar
certas atividades motoras na água e também percebeu-se que muitas não conseguiam se concentrar na
execução de certas atividades, algumas vezes não compreendendo conceitos ou
regras ensinadas pelos professores-monitores. Certas dificuldades sempre
existiram, mesmo antes da pandemia, porém, notamos naquele momento, uma maior
frequência no surgimento destas dificuldades nas crianças, do que
anteriormente. Tais limitações foram observadas principalmente nos primeiros
meses do retorno presencial das práticas corporais. As principais dificuldades
estavam relacionadas à falta de concentração, dificuldades na realização de
movimentos básicos, falta de coordenação motora, dificuldades de comunicação,
vícios posturais e falta de atenção.
Mas, com a criação de estratégias pedagógicas, alicerçadas
na construção de um ambiente lúdico e favorável à criação da Zona de
Desenvolvimento Iminente (ZDI), com práticas corporais coletivas e
cooperativas, que serviram como facilitadores das relações entre as crianças e
seus pares, e também entre as crianças e os professores-monitores, com essas
intervenções pedagógicas no âmbito das aulas,
foi possível promover vivências coletivas/cooperativas (grupos de crianças)
e dentro de um contexto lúdico, que permitiram a superação das limitações e
atrasos das capacidades motoras, cognitivas e afetivossociais advindas do
período de restrições de mobilidade e isolamento social da pandemia, ao ponto
de, atualmente, tais dificuldades e atrasos motores não serem mais notados
entre as crianças participantes do projeto.
Notamos ainda, que as atividades presenciais e coletivas,
somadas ao ambiente lúdico de aprendizagem, criaram condições e os instrumentos
capazes de produzir o desenvolvimento pleno dos alunos, ao ponto de superarem
os entraves psicológicos e as dificuldades motoras adquiridas durante o grande
período de isolamento social, no qual as crianças foram submetidas durante o
período auge da pandemia. Acreditamos que as aulas foram capazes de criar um
ambiente favorável para uma aprendizagem das práticas em cultura corporal,
pois, dentro do contexto criado pela Zona de Desenvolvimento Iminente (ZDI), as
crianças interagiram umas com as outras, auxiliadas pelos professoresmonitores
e através de um contexto lúdico, possibilitou a criação de um ensino, que
verdadeiramente guiou o desenvolvimento infantil, no que tange os fundamentos
das práticas corporais infantis.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O ano de 2022, marca o retorno das atividades presenciais
em práticas corporais (jogos tradicionais e natação infantil) no Projeto de
Extensão LABBRINC, na Universidade Estadual de Goiás. Após o período mais
crítico da pandemia, no momento de retorno às aulas presenciais, foram
observadas algumas dificuldades de aprendizagem na maioria dos alunos durante
as práticas corporais aquáticas, relacionadas principalmente à falta de
atenção, dificuldades de compreensão, retrocessos motores e principalmente uma baixa
consciência corporal, relacionada sobretudo ao longo período de restrição de
vivências motoras relevantes. Tais dificuldades, retrocessos e limitações
motoras estavam correlacionadas ao grande período de isolamento e
distanciamento social experimentado pelas crianças no período de pandemia do
vírus Sars-Cov-2. Entretanto, através de intervenções construídas com
abordagens pedagógicas sistematizadas na Teoria Histórico Cultural e um enfoque
educacional, pautado em processos de
ensino e aprendizagem com conteúdos lúdicos, em práticas corporais de jogos
tradicionais e em iniciação à natação infantil, todas os déficits motores, as
barreiras afetivos sociais, as dificuldades cognitivas e a baixa consciência corporal, que foram inicialmente
observadas nos alunos, foram totalmente superadas e solucionadas.
O resgate dos elementos lúdicos através de atividades de
jogos e de brincadeiras na natação infantil, foi de fundamental importância
para o desenvolvimento pleno das crianças dentro do meio aquático. O brincar é
essencial para o desenvolvimento e para a vida da criança. A sociabilidade e a
aprendizagem realizada de forma coletiva, permitiu a criação da Zona de
Desenvolvimento Iminente (ZDI), onde os jogos e brincadeiras no meio aquático,
se constituíram em elementos fundamentais para este criativo processo de ensino
e aprendizagem na infância. As atividades presenciais e coletivas, somadas ao
ambiente lúdico de aprendizagem, criaram condições e os instrumentos capazes de
produzir o desenvolvimento pleno dos alunos, ao ponto de superarem os entraves
psicológicos e as dificuldades motoras adquiridas durante o grande período de
isolamento social, no qual as crianças foram submetidas. Acreditamos que as
aulas foram também capazes de criar uma verdadeira Zona de Desenvolvimento
Iminente, onde as crianças interagiram umas com as outras, auxiliadas pelos
professores-monitores e em um contexto lúdico, possibilitou assim, a criação de
um ensino que verdadeiramente guiou o desenvolvimento infantil no que tange os
fundamentos das práticas corporais, através de conteúdos da natação infantil e
de brincadeiras tradicionais.
REFERÊNCIAS
PRESTES,
Z. R. Quando Não é a Mesma Coisa:
análise de traduções de L.S. Vigotski no Brasil Repercussões no Campo
Educacional. 2010. 296 f. Tese (Doutorado em Educação) - Faculdade de Educação, Universidade de
Brasília, Brasília, 2010.
Universidade Federal de Minas Gerais. Filhos da Pandemia:
medicina avalia impacto da crise sanitária sobre o desenvolvimento infantil.
Universidade Federal de Minas Gerais, 2022. Disponível em: https://ufmg.br/comunicacao/noticias/filhos-da-pandemiamedicina-avalia-impacto-da-pandemia-sobre-o-desenvolvimento-infantil. Acesso em: 19/08/2023.
VIGOTSKI, Lev Semenovich. Obras escogidas V: fundamentos da defectologia. 5. ed. Madri:
Visor, 1997.
________________________. A Formação Social da Mente – o
desenvolvimento dos processos psicológicos superiores. São Paulo: Martins
Fontes, 2003.
________________________.
Psicologia Pedagógica. Porto Alegre:
Artmed, 2003.
_________________________. A brincadeira e o seu papel no
desenvolvimento psíquico da criança. Tradução de Zóia Prestes. Revista Virtual de Gestão de Iniciativas
Sociais, n. 8, p.23-36, jun. 2008.
ZANELLA,
Andréia Vieira.; ANDRADA, Edia Grisard Caldeira. Processos de Significação no
Brincar: Problematizando a constituição do sujeito. Psicologia em Estudo, Maringá, v.07, n.02, p.127-133, jul/dez.
2002.
[1] Relato de experiência
sobre estratégias pedagógicas em práticas corporais infantis no pós-pandemia.
[2]
Professor do curso de Educação Física pela Universidade Estadual de Goiás,
Campus Metropolitano
ESEFFEGO. Pesquisa sobre
Infância e Vigotski. renato.coelho@ueg.br
FICHA CATALOGRÁFICA:
Formação Humana, Escola e Didática: lógica instrumental e lógica humanista em disputa. Anais...Goiânia(GO) PUC Goiás, 2023
Disponível em: www.even3.com.br/anais/xedipe
ISBN: 978-65-272-0102-1
ESTRATÉGIAS PEDAGÓGICAS NO ENSINO DE NATAÇÃO PARA CRIANÇAS COM AUTISMO: VIGOTSKI E AS RELAÇÕES LÚDICAS
ESTRATÉGIAS PEDAGÓGICAS NO ENSINO DE
NATAÇÃO PARA
CRIANÇAS COM AUTISMO: VIGOTSKI E AS
RELAÇÕES LÚDICAS[1]
Renato Coelho[1]
https://www.even3.com.
Resumo
Este trabalho constitui-se em um relato
de experiência sobre as vivências em atividades de natação infantil realizadas
dentro do Projeto de Extensão Laboratório de Esporte, Jogos e Brincadeiras -
LABBRINC, da Universidade Estadual de Goiás, no Campus Goiânia ESEFFEGO,
durante os anos de 2022 e 2023. Através de intervenções pedagógicas
sistematizadas e com conteúdos lúdicos, foram planejadas e executadas aulas em
práticas corporais aquáticas, com turmas inclusivas, cujo público era formado
por crianças entre 05 e 12 anos de idade, e composto também por crianças com
autismo. Nesta ação extensionista, ainda em andamento, buscou-se superar e
transcender o tradicional modelo médico, instrumental e tecnicista, no trato
com alunos autistas, justificando a construção de uma abordagem educacional
para uma plena intervenção pedagógica, no que tange ao ensino inclusivo de
práticas corporais aquáticas com crianças autistas e pautado na Teoria
Histórico Cultural de Vigotski. As atividades lúdicas em ambiente aquático,
tiveram como objetivos, além de ensinar os fundamentos da natação infantil para
as crianças, também promover a inclusão de alunos com autismo nas práticas
corporais aquáticas e auxiliar na formação acadêmica de alunos de graduação dos
cursos de Educação Física e de Fisioterapia da Universidade Estadual de Goiás.
As aulas foram realizadas no Parque Aquático da Unidade ESEFFEGO UEG em
Goiânia, com aulas semanais, tendo o público participante crianças de 05 a 12
anos. As aulas foram planejadas e ministradas por monitores e bolsistas dos
cursos de Educação Física e de Fisioterapia da UEG e supervisionadas pelo
coordenador do projeto de extensão. Verificamos que, as aulas de natação
infantil, dentro de um contexto lúdico, com estratégias vinculadas a conteúdos
de jogos e brincadeiras, e ainda com a criação de uma ambiente coletivo de
interação e de cooperação entre as crianças, pautados na Teoria Histórico
Cultural de Vigotski, criaram instrumentos importantes para o desenvolvimento
da criança com e sem autismo.
Palavras-chave
– Educação; Natação Infantil; Autismo; Vigotski.
INTRODUÇÃO
Durante o período de matrículas para as aulas presenciais do projeto de extensão LABBRINC, no primeiro semestre do ano de 2022, após as restrições sociais e as medidas sanitárias de controle da pandemia de Covid-19, vários alunos se matricularam nas aulas de jogos e brincadeiras tradicionais e também nas aulas de natação infantil. Entre os alunos matriculados, havia também vários alunos deficientes, entre eles alunos autistas. Os pais se prontificaram, já no período de matrícula, em relatar o diagnóstico das crianças com autismo e sempre procuraram manter um diálogo contínuo e aberto com os professores e coordenadores do projeto, o que sempre facilitava na organização de estratégias e no planejamento das ações.
O conceito de autismo é bastante complexo, pois deve
ser levado em conta que as características identificadas nem sempre estão
presentes em todos os indivíduos. (OLIVEIRA, 2011,p.16)
No entanto, e numa definição geral, pode-se dizer que
esta é uma perturbação do desenvolvimento essencialmente caracterizada por
grandes dificuldades na comunicação e na função social. [...] O autismo é uma
perturbação do desenvolvimento que afeta múltiplos aspectos da forma como a
criança vê o mundo e aprende a partir das suas próprias experiências. (SIEGEL,
2008, p. 21).
A palavra autismo possui origem grega “autos”, cujo
significado é “em si mesmo”, e que designa uma condição ou estado de uma pessoa
que possui atitude de permanente concentração em si próprio. (OLIVEIRA, 2011,
p. 17)
As crianças com autismo, de um modo geral, apresentam
um comportamento diferenciado com relação ao brincar, principalmente em
brincadeiras de faz de conta, devido não somente às dificuldades de interação
social ou aos seus interesses restritos, mas também a certas especificidades
relacionadas aos processos ligados à imaginação.
Muitas dessas crianças
têm uma relação pouco comum com os brinquedos: algumas parecem não se
interessar por eles enquanto outras brincam de maneira não convencional (como
cheirar ou passar muito tempo manipulandoos). Frequentemente há uma preferência
por algum brinquedo em especial e, diante de outros materiais lúdicos, o
interesse é passageiro ou inexistente. (CHICON et al., 2018, p.582)
Sabemos que,
apesar de todas as limitações em relação ao processos imaginativos da criança
autista, o brincar é capaz de promover o desenvolvimento de suas funções
psicológicas superiores, inclusive da própria imaginação, fazendo com que a
criança autista desenvolva capacidades importantes através da ação lúdica, como
autocontrole, concentração, criatividade, memória, linguagem e a apropriação de
vários códigos sociais e regras de comportamento, que estão explícitos ou
implícitos na ação do brincar.
Nossas análises
indicam que a criança com autismo também pode se envolver com brincadeiras de
faz de conta, desde que lhe sejam ofertadas condições para isso: quanto mais
estimuladas em sua experiência lúdica, na exploração dos mais variados
brinquedos, na manifestação das diferentes linguagens, na convivência com a
diversidade, na exploração de diferentes espaços e modos de interação, mais
significativas serão as possibilidades de essa criança sentir, pensar, agir
no/com o meio social onde se encontra e brincar. (CHICON et al., 2018, p.590)
Assim sendo,
através da construção de estratégias pedagógicas e intervenções educacionais
eficazes, pode-se criar um verdadeiro desenvolvimento dos alunos autistas
dentro de um ambiente lúdico nas aulas, desde que as atividades pedagógicas
sejam planejadas e com conteúdos
significativos para as crianças. E, dentro das atividades do projeto
extensionista LABBRINC, os alunos com autismo participam das aulas juntamente
com todas as outras crianças sem autismo, de forma a tornar o ambiente lúdico,
também inclusivo, permitindo assim interações variadas e colaborações
importantes entre todas as crianças, e também entre estas crianças e os
professores.
Portanto, no processo
de ensino e aprendizagem, não basta o professor organizar os espaços
disponibilizando materiais e objetos e observar as crianças; é necessário
definir estratégias de abordagem corporal e de intervenções pedagógicas, para
que elas possam criar e recriar as brincadeiras, estabelecer novas interações,
combinar movimentos e objetos, descobrir novas formas de ação, alimentando,
dessa maneira, a experiência corporal (socioafetiva, cognitiva e psicomotora).
A brincadeira torna-se, então, uma possibilidade de desenvolvimento da criança
com autismo a partir do investimento dos adultos em seu envolvimento nessa
prática social específica da infância. (CHICON et al., 2018, p.590).
O espaço das
atividades das práticas corporais, no projeto extensionista LABBRINC, foi
planejado e construído repleto de
elementos lúdicos como bolas coloridas, bambolês, brinquedos, boias infláveis
em formato de golfinhos, bolas de gude e espaguetes coloridos. A piscina para
as aulas de iniciação à natação, possui baixa profundidade (0,70 metros), com
25 metros de extensão por 12 metros de largura, com escadas e rampas que
facilitam o acesso, sendo a temperatura da água variando em torno de 30º
C. Há também o acompanhamento e a
supervisão contínua dos professores e monitores, através de ações dialógicas,
democráticas e participativas, com a execução do planejamento sistematizado das
aulas. No planejamento das atividades, os conteúdos estão sempre relacionados
aos elementos lúdicos em meio aquático, de forma a inserir os fundamentos da
natação como flutuação, respiração, propulsão, inversão e palmateio, dentro do
contexto de jogos e de brincadeiras aquáticas. O referencial teórico, que
embasou a construção de todos os planos de aula, é a Teoria Histórico Cultural
de Vigotski, que conceitua a criança como ser biopsicossocial, sujeito de
direitos e produtor de cultura. Além disso, Vigotski enfatiza e valoriza a ação
do brincar como instrumento importante para o desenvolvimento das funções
psicológicas superiores das crianças e ainda nos fornece o conceito de Zona de
Desenvolvimento Iminente (ZDI), como importante componente e instrumento para
as atividades pedagógicas com crianças com/sem deficiência. A
sistematização e o planejamento das
aulas de práticas corporais em natação foram construídas com base na teoria
histórico cultural de Vigotski, que concebe a criança com ser biopsicossocial,
valorizando as ações e atividades colaborativas e socioafetivas entre as
crianças e seus pares e também entre as crianças e os seus professores.
Vigotski sempre defendeu a tese, onde somente é possível compreender o
comportamento humano em sua totalidade, quando se considera o desenvolvimento
dentro do complexo contexto de seu ambiente social, ou seja, o homem inserido
em um contexto biossocial.
É disso que surge a brincadeira, que deve ser sempre
entendida como uma realização imaginária e ilusória de desejos irrealizáveis,
diante da pergunta "por que a criança brinca?". A imaginação é o novo
que está ausente na consciência da criança na primeira infância, absolutamente
ausente nos animais, e representa uma forma especificamente humana de atividade
da consciência; e, como todas as funções da consciência, forma-se originalmente
na ação. (VIGOTSKI,2008, p.25)
Segundo Vigotski, a criança na chamada primeira
infância, age sempre em função do que vê, ou seja, suas ações ficam presas ao
campo ótico (visual). Porém, já na idade préescolar, ocorre uma reviravolta,
pois a criança ao brincar consegue separar o campo ótico do campo semântico,
separando de fato o objeto da ideia. O
autor cita o exemplo da vassoura, que no brincar, transforma-se em um cavalo
para a criança, promovendo a ruptura entre objeto e significado. Tal fato,
decorre do desenvolvimento das funções simbólicas da criança, onde o brincar se
torna elemento fundamental e relevante neste processo.
É disso que surge a brincadeira, que deve ser sempre
entendida como uma realização imaginária e ilusória de desejos irrealizáveis,
diante da pergunta "por que a criança brinca?". A imaginação é o novo
que está ausente na consciência da criança na primeira infância, absolutamente
ausente nos animais, e representa uma forma especificamente humana de atividade
da consciência; e, como todas as funções da consciência, forma-se originalmente
na ação. (VIGOTSKI, 2008, p.25)
Por que a criança brinca? Essa é a pergunta central que
Vigotski faz ao leitor, explicando que a brincadeira infantil surge a partir
dos desejos irrealizáveis dentro do mundo adulto, e que são
satisfeitos através de uma ação imaginária e ilusória, a brincadeira.
”Para resolver esta tensão, a criança em idade pré-escolar envolve-se num mundo
ilusório e imaginário onde os desejos não realizáveis podem ser realizados,
esse mundo é o que chamamos de brinquedo.” (VIGOTSKI, 2003, p. 122)
Quando a criança pré-escolar deseja andar de cavalo,
mas sabe a impossibilidade de realizar este seu desejo, então, ela começa a
brincar com a vassoura, por exemplo, e este objeto, de forma imaginária, se
torna um cavalo. Para Vigotski, a criança na fase da primeira infância, não
consegue diferenciar o campo visual do campo semântico. Já a partir dos três
anos, na chamada idade pré-escolar, a criança passa então a distinguir o campo
visual e o semântico, ou seja, diferencia aquilo que vê (objeto) de seu significado
(sentido). “Torna-se possível em razão
da divergência, que surge na idade pré-escolar, entre o campo visual e o
semântico” (VIGOTSKI, 2003, p. 128).
Vigotski ressalta ainda que durante a chamada primeira
infância, a força impulsionadora para a criança está nos objetos, e estes
acabam determinando o seu próprio comportamento. Já na idade pré-escolar, isso
de fato não acontece mais, pois os objetos em si acabam perdendo o seu poder
impulsionador de outrora, já que a criança começa a agir de forma diferente em
relação a tudo o que vê.
Devido ao fato de, por exemplo, um pedaço de madeira
começar a ter o papel de boneca, um cabo de vassoura tornar-se um cavalo, a
idéia separa se do objeto; a ação, em conformidade com as regras, começa a
determinar-se pelas idéias e não pelo próprio objeto. (VIGOTSKI, 2008, p. 30)
As intenções e ações lúdicas no jogo possibilitam a
criação da Zona de Desenvolvimento Iminente (ZDI), promovendo a internalização
do real e o desenvolvimento cognitivo. Dentro da contradição da criança entre a
impossibilidade do desejo e a necessidade imediata do querer fazer, Vigotski
então afirma: “Esta subordinação estrita às regras é quase impossível na vida;
no entanto torna-se possível no brinquedo. Assim o brinquedo cria uma zona de
desenvolvimento proximal da criança”
(VYGOTSKY, 2003, p.134).
Logo, o brincar da criança passa a ser uma
transformação criadora, ela também tem a possibilidade de criar, mesmo sob
diferentes escalas, mas cria a partir do que conhece e das oportunidades
oferecidas, dentro de suas próprias necessidades e preferências. Dentro do
jogo, resgata-se na criança sua posição de sujeito histórico e social, pois ela
cria, produz cultura, e ela pode participar ativamente do processo lúdico.
Tais processos criativos construídos dentro de um
contexto lúdico na infância, se dão dentro da denominada Zona de
Desenvolvimento Iminente (ZDI). O jogo ou brincadeira, numa esfera lúdica,
ajuda a construir a subjetividade da criança, e neste ambiente imaginativo,
criativo e simbólico, permite-se alterações qualitativas das estruturas mentais
superiores, promovendo o desenvolvimento pleno da criança.
A Zona de Desenvolvimento Iminente é a distância entre
o nível de desenvolvimento atual da criança, que é definido com a ajuda de
questões que a criança resolve sozinha, e o nível de desenvolvimento possível
da criança, que é definido com a ajuda de problemas que a criança resolve sob
orientação dos adultos e em colaboração com companheiros mais inteligentes.
(VIGOTSKI apud PRESTES 2010, p. 173)
Segundo Vigotski, uma boa aula é aquela onde o ensino
guia o desenvolvimento da criança, ou seja, ocorre quando a aprendizagem
infantil antecede o desenvolvimento, e isso é possível em aulas planejadas e
sistematizadas que favoreçam a criação da Zona de Desenvolvimento Iminente.
Dentro destes princípios criados por Vigotski, podemos analisar e discutir a
inclusão das crianças com autismo nas atividades de práticas corporais e dentro
de um contexto lúdico, que favoreçam a criação da Zona de Desenvolvimento Proximal,
onde se incentive as relações colaborativas entre as crianças e seus pares e
tendo os professores como mediadores das ações.
Deriva deste conceito acima, a lei geral de Vigotski,
também conhecida como lei básica do desenvolvimento humano, que se aplica tanto
a crianças sem deficiência, quanto a crianças com deficiência. A lei geral de
Vigotski, afirma que:
Qualquer função
psicológica superior no processo de desenvolvimento infantil se manifesta duas
vezes, primeiramente como função da conduta coletiva, como a organização da
colaboração da criança com as pessoas que a rodeiam; depois, como uma função
individual da conduta, como uma capacidade interior da atividade do processo
psicológico. (VIGOTSKI 1997, p.109)
Sendo assim, segundo a lei básica do desenvolvimento
humano criada por Vigotski, podemos verificar que o desenvolvimento das funções
psicológicas superiores da criança (a memória, o pensamento, o raciocínio, a
imaginação e a linguagem) se dão primeiramente dentro de um contexto de
interação social coletiva, através do convívio com o outro, que pode ser, por
exemplo, com os colegas ou com os professores, sendo capazes de gerar relações
de colaboração e de intercâmbio social. Em seguida, a criança, após se apropriar
destes novos conceitos, saberes e conteúdos, que lhe foram socializados dentro
destas interações sociais, estes novos atributos se transformam em uma
capacidade interior, ou seja, passam a ser capacidades individuais, onde a
função de conduta coletiva se transformou em uma função de conduta individual.
Portanto, todos os princípios de Vigotski citados ao
longo deste trabalho, o conceito de Zona de Desenvolvimento Iminente, o
desenvolvimento das características socioafetivas, motoras e cognitivas através
do brincar, foram todos analisados e incluídos, a fim de facilitarem as
construções de estratégias de ensino para as crianças com autismo matriculadas
no projeto. Todos estes conceitos importantes, nos auxiliaram na construção de
instrumentos pedagógicos e de estratégias para o planejamento das aulas em vivências
de práticas corporais aquáticas para as crianças autistas matriculadas no
projeto de extensão LABBRINC da Universidade Estadual de Goiás. O objetivo
principal foi em formular estratégias pedagógicas e instrumentos educacionais
de inclusão de alunos autistas nas aulas de natação infantil, pautadas na
Teoria Histórico Cultural de Vigotski, e que também pudesse fornecer elementos
didáticos favoráveis, para a aprendizagem de conceitos e fundamentos da natação
para além do ensino técnico e instrumental, muito comum no ensino tradicional
da natação infantil.
METODOLOGIA/PERCURSO DIDÁTICO-PEDAGÓGICO
Através da execução de ações extensionistas dentro das
chamadas práticas corporais aquáticas, o projeto LABBRINC, vinculado à
Universidade Estadual de Goiás, oferece
atividades de extensão à comunidade goianiense de forma pública e gratuita,
tendo como público-alvo crianças de 05 a 12 anos de idade. Este trabalho, traz
experiências de ensino e de aprendizagem em atividades relacionadas à cultura
corporal aquática, em natação infantil e
iniciação à natação, inseridas dentro de um contexto repleto de atividades
lúdicas e planejadas. Tais atividades foram realizadas dentro da Universidade
Estadual de Goiás, Unidade ESEFFEGO, no Centro de Excelência dos Esportes. As
matrículas do projeto LABBRINC, sempre
são realizadas, de forma a incluir crianças com e sem deficiência, destacando
que se trata de uma ação extensionista de caráter inclusivo, e por isso, várias
crianças autistas também participaram e participam das aulas executadas neste
projeto, durante os anos de 2022 e 2023.
O elemento lúdico constitui-se num dos eixos mais
importantes deste projeto de natação infantil, pois abarca a fase da infância,
onde as atividades lúdicas do brincar constituemse na atividade principal,
promovendo as mais diversas e diferentes formas de desenvolvimento da criança.
A atividade mais importante na infância é o brincar, onde as atividades lúdicas
ocupam papel fundamental para o desenvolvimento pleno das crianças (cognitivo,
emocional, afetivossocial e motor). A Teoria Histórico Cultural, pautada em
Vigotski, se tornou a base teórica para o planejamento e execução das aulas no
projeto LABBRINC. Para Vigotski,
aprendizagem não equivale a desenvolvimento, mas toda aprendizagem
construída de forma organizada torna-se em desenvolvimento mental e alavanca
uma série de processos evolutivos que jamais se efetuariam separados da
aprendizagem. Sendo assim, a aprendizagem é necessária ao processo de
desenvolvimento cultural organizado, e toda boa aprendizagem é aquela que
precede o desenvolvimento. (BAQUERO, 1998, p.98). E estes foi um dos princípios
basilares na construção e na condução de todas as aulas do projeto de
extensão, e que permitiram a elaboração
de instrumentos pedagógicos importantes, que garantiram as interações
colaborativas entre as crianças com e sem deficiência, e a plena participação
nas aulas, com o destaque para a inclusão das crianças autistas.
No transcorrer das aulas no projeto de extensão, sempre
houve a preocupação pela busca de instrumentos pedagógicos capazes de promover,
no ambiente de aula, as interações e as colaborações entre as crianças com os
seus pares, e também o intercâmbio pleno entre as crianças e os
professores/monitores. Sempre partimos da premissa de que o bom ensino deve
operar sobre as conquistas de desenvolvimento ainda em aquisição e adquiridas
com auxílio do outro, ou seja, planejamento de aulas, dentro de uma ambiente de
interações lúdicas, colaborativas e dialógicas, capazes de promover a criação
da chamada Zona de Desenvolvimento
Iminente (ZDI):
A criança tornar-se-á capaz de realizar de forma
independente, amanhã, aquilo que, hoje, ela sabe fazer com a colaboração e a
orientação. Isso significa que, quando verificamos as possibilidades da criança
ao longo de um trabalho em colaboração, determinamos com isso também o campo
das funções intelectuais em amadurecimento; as funções que estão em estágio
iminente de desenvolvimento devem dar frutos e, consequentemente
transferirem-se para o nível de desenvolvimento mental real da criança.
(VIGOTSKI apud PRESTES 2010, p.174)
Sendo assim, o planejamento e a execução das aulas de
atividades lúdicas no meio aquático, consideraram sempre o brincar como
elemento importante na construção dos processos de aprendizagem infantil. Os
conteúdos da natação foram ensinados de forma dialógica e dentro de atividades
lúdicas, alegres e prazerosas. Fundamentos da natação infantil, tais como
flutuação, apnéia, respiração, propulsão, braçadas, pernadas, inversão,
palmateios, equilíbrio e mergulho, foram ensinados e apropriados pelas crianças
de forma alegre, criativa e envolta por elementos lúdicos do brincar.
Analisamos que houve grande interação das crianças autistas com os demais
colegas, principalmente quando eram incluídos brinquedos e brincadeiras nas
atividades aquáticas. O ambiente lúdico foi capaz de multiplicar as interações
das crianças autistas, potencializando os intercâmbios coletivos entre os pares
criança-criança e criança-professor. A maioria dos movimentos e fundamentos da
natação, tais como a respiração invertida, flutuação e deslizes sobre a
superfície da água, foram apropriados e desenvolvidos também pelas crianças
autistas, que sempre eram assessoradas e
auxiliadas pelos professores-monitores, que continuamente as
acompanhavam dentro do meio aquático. As crianças autistas também participaram
ativamente de brincadeiras aquáticas dentro da piscina, juntamente com as
demais crianças e os professores-monitores. As principais brincadeiras
coletivas, em que mais se destacaram a participação plena das crianças autistas
foram: “Elefante Colorido”, onde se utilizavam bolas coloridas; “Tubarão e
Golfinho”, uma espécie de pique-pega na água e com a utilização de boias em
formato de tubarão e golfinho; “Morto Vivo”, onde as crianças precisam
submergir na água e soltar borbulhas pelo nariz. Estes elementos lúdicos foram
capazes de criar instrumentos colaborativos entre as crianças com autismo e as crianças sem
autismo, este intercâmbio de vivências estre as crianças, e sempre mediado pelo
professor-monitor, potencializou as interações, construindo um ambiente de
aprendizagem e de desenvolvimento da capacidades motoras, cognitivas e
socioafetivas das crianças.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Através da inclusão de conteúdos lúdicos na
aprendizagem do ensino da natação, pautados na Teoria Histórico Cultural de
Vigotski, foi possível ensinar às crianças, os fundamentos da adaptação ao meio
líquido (flutuação, respiração, palmateio, apnéia, equilíbrio e inversão), e
dentro de uma proposta que buscou superar o ensino apenas das técnicas e
transcender o enfoque médico, foi possível a realização da inclusão de crianças
com autismo dentro das aulas de natação infantil. A inclusão de conteúdos lúdicos,
com jogos e brincadeiras no meio
aquático, permitiram uma maior interação social das crianças na piscina,
criando sentidos e significados aos conceitos e conteúdos ensinados.
Descobrimos ainda ser possível, dentro deste ambiente lúdico, a criação da
chamada Zona de Desenvolvimento Iminente (ZDI), onde as crianças aprendem umas
com as outras, também com o professor, e depois destas trocas e intercâmbios
sociais no brincar, se apropriaram dos conceitos e fundamentos da natação,
passando a ter mais autonomia no meio líquido, se deslocando na água de forma
prazerosa e independente. A criação plena de uma ZDI no contexto das aulas de
natação infantil, permitiu um verdadeiro intercâmbio de saberes, conhecimentos
e relações socioafetivas entre as crianças com e sem autismo. Este ambiente lúdico e de cooperação, pautado
em instrumentos pedagógicos sistematizados dentro da Teoria Histórico Cultural
de Vigotski, permitiu a criação de instrumentos
educativos eficazes para a plena inclusão de alunos com autismo nas aulas de
natação infantil no projeto de extensão LABBRINC da Universidade Estadual de
Goiás.
Sendo assim, foram observadas que as atividades lúdicas
na infância passam a subsidiar instrumentos pedagógicos capazes de gerar uma
transformação criadora na infância, onde a criança também tem a possibilidade e
a oportunidade de criar, aprender e
desenvolver movimentos e habilidades aquáticas. Dentro do brincar em atividades
aquáticas, resgatouse na criança com autismo, a sua posição de sujeito
histórico e social, pois ela pôde participar das aulas, interagir com outras
crianças e ainda aprender de forma plena, dentro de um processo lúdico, em um
contexto de cooperação social com outras crianças, os fundamentos da natação.
Portanto, a sistematização de aulas de natação
infantil, dentro de um contexto lúdico, com conteúdos de jogos e brincadeiras,
e ainda com a criação de uma ambiente coletivo de interação e de cooperação
entre as crianças, pautados na Teoria Histórico Cultural de Vigotski, permitiu
a criação de instrumentos e de estratégias importantes para a inclusão e o desenvolvimento da criança com autismo,
através de processos criativos, colaborativos, dialógicos e democráticos que
tratam a criança como sujeito de direitos e produtora de cultura.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este projeto, ainda em andamento, demonstra que o bom
ensino das práticas corporais aquáticas, é aquele onde a aprendizagem guia o
desenvolvimento, e é capaz de criar instrumentos pedagógicos eficazes, capazes
de tornar possível a inclusão de crianças autistas dentro das aulas de natação.
Observou-se neste projeto que é fundamental a sistematização de aulas que sejam
capazes não somente de desenvolver as capacidades motoras, cognitivas e
socioafetivas nas crianças, mas que também sejam capazes de criar estratégias
eficazes de inclusão de alunos com deficiência nas aulas de natação infantil.
Vimos que os conceitos e os princípios da Teoria Histórico Cultural de
Vigotski, ajudaram a construir e planejar as aulas de natação infantil, através
de formulação de procedimentos pedagógicos para a criação de um ambiente
favorável à aprendizagem e ao pleno desenvolvimento das crianças. Sendo assim,
aprendemos que é fundamental para o professor um planejamento sistematizado de
aulas, que considere instrumentos pedagógicos importantes, como a criação da
chamada Zona de Desenvolvimento Iminente (ZDI), a fim de que as crianças
possam, de forma inclusiva, coletiva e
colaborativa, aprender umas com as outras, dentro de
um contexto lúdico e mediadas pelos professores, para o pleno desenvolvimento
de suas habilidades motoras, cognitivas e socioafetivas dentro das aulas de
natação infantil.
REFERÊNCIAS
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1998.
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PRESTES, Zoia Ribeiro. Quando
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296 f. Tese (Doutorado em Educação). Faculdade de Educação, Universidade de
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VIGOTSKI,
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_______________________. A Formação Social da Mente – o
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_______________________. A brincadeira e o seu
papel no desenvolvimento psíquico da criança. Tradução de Zóia Prestes. Revista Virtual de Gestão de Iniciativas
Sociais, n. 8, p.23-36, jun. 2008.
[1] Relato de experiência
sobre estratégias pedagógicas para inclusão de crianças autistas na natação
infantil.
[2] Professor do curso de
Educação Física pela Universidade Estadual de Goiás, Campus Metropolitano
ESEFFEGO. Pesquisa sobre Infância e Vigotski.
renato.coelho@ueg.br
FICHA CATALOGRÁFICA:
Formação Humana, Escola e Didática: lógica instrumental e lógica humanista em disputa. Anais...Goiânia(GO) PUC Goiás, 2023
Disponível em: www.even3.com.br/anais/xedipe
ISBN: 978-65-272-0102-1